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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Maradona ainda é uma incógnita


Muita gente me perguntou hoje sobre Diego Armando Maradona no comando da seleção argentina, afinal de contas, hoje está fazendo exatamente um ano que ele ocupa esse cargo.

Nesse período, Maradona comandou o selecionado em 13 partidas, sofreu inúmeras críticas e quase perdeu o emprego, mas comemorou uma sofrida classificação para a Copa do Mundo de 2010 após a dramática vitória sobre o Uruguai, em Montevidéu, por 1 a 0.

Dos 13 jogos, 5 foram amistosos e 8 foram válidos pelas Eliminatórias. Curiosamente, não houve nenhum empate: ganhou 9 vezes e perdeu 4, ou seja, gosta de jogar ofensivamente. O problema é que todas as derrotas aconteceram nas Eliminatórias.

Entre essas quatro derrotas de Maradona, estão a histórica goleada de 6 a 1 para a Bolívia, em La Paz (eu estava em Minas Gerais narrando Pitágoras e Winner nesse dia), e os 3 a 1 para o Brasil, em Rosário. Além disso, a seleção argentina perdeu para o Equador (2 a 0, em Quito) e para o Paraguai (1 a 0, em Assunção).

Me lembro como se fosse hoje: "A Associação de Futebol da Argentina tem a satisfação de anunciar Diego Armando Maradona para a vaga de Alfio Basile". Quase cai das pernas, pois esperava que Carlos Bianchi, do Boca Juniors, pudesse voltar. Ele é o Luxemburgo argentino.

E olha que o início de Maradona foi muito bom no comando dos "Hermanos": vitória contra a Escócia por 1 a 0. Em seguida, 2 a 0 contra a França. Na estreia das Eliminatórias, goleada sobre a Venezuela por 4 a 0. Ele estava no céu e a igreja maradoniana bombando.

Mas daí em diante, a chamada "Lua de Mel" com a torcida e com a imprensa acabou. A paciência do torcedor esgotou-se quando o treinador brigou com o craque Juan Román Riquelme, do Boca Juniors. O camisa 10 era o líder do time e sem ele a Argentina começou a despencar na classificação, chegando ao ponto de ocupar a quinta colocação, fora do G4 que tinha vaga para a Copa do Mundo.

Se a Argentina tivesse perdido a classificação para o Mundial da África do Sul, dificilmente o torcedor perdoaria Maradona. Dieguito chegou a brigar com Sergio Batista e com José Luis Brown, seus companheiros da seleção vitoriosa de 1986, e hoje treinadores das seleções de base. Até a relação com Carlos Bilardo anda estremecida. Ele é duro na queda.

Maradona arrumou confusão com todo mundo, até com a diretoria do River Plate, quando vetou o Monumental de Nuñez para o duelo contra o Brasil, transferindo o jogo para Rosário. Não adiantou nada e o Brasil venceu com tranquilidade.

Na minha opinião, Maradona joga mais com a emoção do que com o conhecimento. É um torcedor sentado no banco de reservas. Ele ainda não encontrou um esquema tático para sua seleção. Foram mais de 70 jogadores convocados para os 13 jogos e por último, uma legião de "vovôs" como Schiavi, Verón, Ortega e Pallermo, que acabaram salvando sua pele.

Para a Copa do Mundo a situação do treinador está definida: ele vai mesmo, independente das críticas. Faltam pouco mais do que 6 meses para a competição na África do Sul e ninguém sabe ao certo a filosofia que ele adotará.

Uma coisa é certa: a Argentina vai pela primeira vez para uma Copa do Mundo sem figurar entre as favoritas ao título. Se ganhar, será considerada um azarão. Maradona ainda é o maior jogador argentino da história e um dos maiores do mundo, mas como técnico, ainda deixa a desejar, ou seja, é mesmo uma incógnita.

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