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domingo, 27 de janeiro de 2013

Com apenas 18 anos, garoto Lukinha vira xodó da torcida da Winner/Limeira

Ele tem apenas 18 anos e já virou ídolo da torcida da Winner/Limeira. É o mais aplaudido e o mais solicitado nos jogos. O menino Lucas Henrique Moreira, o "Lukinha", vem fazendo misérias com a bola nas vezes em que entra nos jogos do Novo Basquete Brasil 5.

Suas atuações, de poucos minutos em média, são tão convincentes e brilhantes, que ele vem "tomando" o lugar de jogadores experientes como Ronald Ramón e Daniel Alemão no coração do amante da modalidade.

Lukinha tem seu nome gritado sempre. É aplaudido em pé quando faz uma cesta e virou uma espécie de xodó, até por sua idade. Mas a torcida tem razão em admirá-lo, afinal de contas, é rápido, habilidoso e não tem medo de "cara feia". Encara qualquer pivô quando parte para uma bandeja.

"É legal demais ver os adultos que estão no banco vibrando com as minhas cestas. Jogando a toalha para o alto, pulando. É um combustível a mais", elogiou.

Lukinha teve seu ponto alto na quinta-feira passada. Na vitória sobre Suzano, jogou 21 minutos e marcou 14 pontos, sua melhor marca pela equipe limeirense.

"Foi uma noite especial e inesquecível", resumiu.

Nascido em Macatuba, cidade do interior paulista com pouco mais de 15 mil habilitantes, esse armador começou a jogar basquete aos 9 anos, em Lençóis Paulista. Foi o professor Dudu, um amigo especial da Winner, que o indicou para a equipe limeirense.

Quando chegou no ano passado, quase ninguém conseguia seu talento. Por isso, enfrentou a reserva do time juvenil no Campeonato Paulista. Não demorou muito, virou titular do Sub-19 e ainda por cima foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-17, curiosamente comandada pelo técnico Demétrius Ferracciú.

"Procuro sempre seguir as orientações do professor Demétrius. Ele jogava na mesma posição e tem um currículo invejável. Sei que posso crescer ainda mais e quero isso. Sou muito disciplinado e sonho em vencer", comentou.

Aliás, Lukinha tem tudo para ser convocado para o Mundial da República Tcheca este ano. Seria sua segunda experiência internacional, pois em 2010 defendeu Franca em um torneio em Moçambique, na África.

"Jogamos com a camisa do Brasil, pois estávamos representando o nosso país na competição", lembrou.

Perda

Só que nem tudo é alegria para esse menino que vive o melhor momento de sua curta carreira. No ano passado, Lukinha perdeu seu pai e fã. Seu Maurício Moreira faleceu e o mais difícil para o jogador, foi encarar a realidade.

"Fiquei quase o ano todo sem vê-lo em razão do basquete. Precisava me dedicar em Limeira. Não tinha como voltar para a casa. Dói demais saber que ele não está curtindo esse momento ao meu lado. Ele sempre sonhou com isso e falava para os amigos que tinha um filho que se tornaria um dos destaques do basquete. Tenho a certeza que no céu ele está feliz por ver tudo isso que está acontecendo comigo", disse emocionado.

Sua mãe Iracema Moreira é dona de casa e mora em Lençóis Paulista. O armador tem duas irmãs, Gislene e Geisebel, e ambas estão grávidas de cinco meses. "Serão dois presentes de uma só vez", sorriu.

Futuro

Lukinha é tímido e foge de entrevistas. Para se ter uma idéia, após detonar a defesa de Suzano, saiu correndo para os vestiários para evitar as lentes das televisões presentes. "Um dia vou me adaptar com tudo isso", disse.

O armador tem gana de jogar, mas segundo ele, precisa melhorar sua visão de jogo.

"O Dedé vem fazendo um trabalho especial comigo antes e após os treinos do adulto. Antes eu tinha medo de perder a bola, até por ser armador. Hoje estou mais confiante. Apesar de ser baixo, consigo penetrar nas defesas e tenho a bandeja como um dos meus pontos fortes. Quero melhorar meus arremessos, quero ganhar mais a confiança do Demétrius e quero jogar sempre mais. Não desisto fácil e tem uma boa recuperação", comentou.

Fã de Kobe Bryant e do ala Alex, de Brasília, Lukinha não pensa em sair tão cedo de Limeira.

"Vejo muitos jogadores novatos falando em jogar e estudar nos EUA. Eu sou o contrário. Quero fazer um nome na Winner. É um time conhecido no Brasil. Aqui é uma vitrine. Estou feliz em Limeira e me sinto cada vez melhor aqui. Quem sabe um dia eu jogue na Europa, mas bem lá na frente", confidenciou.

Tímido


Lukinha, de 1m81 e 72 kg, ainda não tem namorada, mas pretendentes não faltam nas partidas realizadas no Vô Lucato.

"Calma, tem tempo para tudo. Mas minha timidez é meu maior adversário", brincou.

Torcedor do Los Angeles Lakers na NBA e do Corinhians no futebol - apesar de não ser fanático -, Lukinha tem tudo para seguir os passos de um dos mais queridos jogadores que passaram por aqui, o lendário Nezinho.

"Seria uma honra ser comparado ao Nezinho. Ele fez história aqui, assim como eu quero fazer", destacou.

Lukinha elogiou o elenco da Winner apesar dos altos e baixos. "Temos que melhorar nossa defesa", confirmou. Seu grande parceiro de time é o ala Diego.

"Ele é meu paizão fora de quadra. Me dá conselhos, me corrige e me ensina. O Diego me dá uma atenção de primeira. Devo muito a ele", contou.

O armador mora em uma república com outros dois juvenis da Winner, os pivôs Du Sommer e Matheuzão. No fim deste NBB, tem tudo para concorrer ao título de "Novato do Ano", o que seria uma recompensa por toda sua dedicação.

*** Foto - JB Anthero

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