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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Demétrius: 500 dias a frente da Winner


São 84 jogos sob o comando de Demétrius Ferraciú, com 45 vitórias e 39 derrotas

No futebol raramente você encontra um treinador com mais de um ano no comando de um time. No basquete a história é diferente. Basta citar o exemplo de Hélio Rubens Garcia, que há 15 anos está à frente de Franca.

A Winner teve até hoje apenas quatro treinadores em dez anos de existência. O piracicabano Wilson Rensi dirigiu a equipe em seus primeiros anos, com um total de 112 jogos (75 vitórias e 37 derrotas). Seu substituto foi o paulistano Wagner Stefani, ex-Espéria, que caiu após 16 jogos (3 vitórias e 13 derrotas). O recordista em jogos é Luiz Zanon, que comandou a Winner de 2004 a 2009. Foram 382 jogos, com 248 vitórias e 135 derrotas.

Demétrius Ferraciú foi contratado em 2008 para ser auxiliar-técnico de Zanon. Logo em seu primeiro ano de trabalho, campeão da Copa EPTV e campeão paulista. Sua função era analisar as jogadas dos adversários através de vídeos aos jogadores. Um trabalho minucioso e de muita dedicação, que rendeu frutos ao time, como por exemplo o primeiro título Estadual, justamente em cima de Franca e ainda por cima no Pedrocão, principal templo do basquetebol.

Com o fim da equipe, Cássio Roque aproveitou para mudar de comando, passando o time para Demétrius. Era o desafio que tanto aguardava o experiente armador, ídolo de Franca e destaque da seleção brasileira.

O trabalho do francano foi bem mais árduo do que seu antecessor, afinal de contas, de uma só vez perdeu todas as estrelas do time. Nezinho, Guilherme Teichmann, Renato Lamas, Bruno Fiorotto, Betinho e Edu foram embora. Ele precisou começar o trabalho do zero, com poucas opções no mercado. Do elenco campeão só ficou o armador Eric Tatu.

Aos poucos os reforços foram chegando, para desconfiança do torcedor. Diego, Jhonatan, André Bambu, Mineiro, Charles e até o limeirense Daniel Alemão, um torneiro mecânico que em seguida se tornaria um ídolo da torcida por sua garra e lição de vida. Mais para frente chegaram os gringos Ronald Ramón e Durelle Brown, que deram estabilidade ao time.

E não é que essa equipe foi a campeã paulista e ainda por cima sobre o poderoso Pinheiros, de Marquinhos, Shamell e Olivinha. Por essa ninguém esperava, nem o mais otimista dos torcedores. Demétrius acreditava, pois tinha levado até um champagne para o Vô Lucato. Na comemoração, subiu na mesa do representante e o estourou, como sempre faz um ganhador de Fórmula-1.

O título trouxe de volta a alegria do torcedor e com ele um carinho todo especial a Demétrius, que no começo do trabalho foi questionado por vir de Franca, principal rival da Winner. E olha que o início foi difícil mesmo, pois na estreia, perdeu um amistoso para Bauru por 76 x 68, fora de casa. Depois, perdeu também sua estreia oficial pela equipe: 62 x 58 para Araraquara, em pleno Vô Lucato. Para piorar, foi o jogo em que menos pontos a equipe limeirense fez como mandante.


Mas quem conhece o perfil e a carreira vitoriosa do professor tinha a certeza de que ele mostraria seu trabalho num curto espaço de tempo. E foi o que aconteceu. Sua primeira vitória foi em 18/08/2010, diante do São Caetano por 78 x 66, também em Limeira.

Falta agora um Novo Basquete Brasil e o treinador sabe que está no caminho certo. O objetivo principal é melhorar a posição do time em cada edição e quem sabe até, conseguir uma vaga no tão sonhado Campeonato Sul-Americano de Basquete.

Pingue Pongue com Demétrius

A Winner é uma das forças do Brasil hoje? Demétrius - Sem dúvida. Basta ver o respeito que as outras equipes têm com a gente. Os adversários sabem que dificilmente conseguirão vencer em Limeira. Temos jogadores de alto nível vestindo a camisa da Winner. Hoje somos uma realidade. Temos dois títulos paulistas e vamos atrás do primeiro do Novo Basquete Brasil. Claro que existem outras forças como Brasília, Flamengo e Pinheiros, mas estamos mostrando nos últimos anos que temos condições de jogar de igual para igual com qualquer equipe brasileira.

O maior sonho da Winner é disputar um Sul-Americano?
Demétrius - A cada ano que passa esse sonho está ficando cada vez mais próximo. Nas últimas duas edições acabamos sendo eliminados no primeiro playoff para Joinville e São José. Este ano temos condições de ir mais além, quem sabe até disputar o título. Basta jogarmos da mesma forma, com vontade, garra e determinação. Temos um elenco de muita qualidade, com jogadores acostumados a conquistas. Pode ter certeza que um dia colocaremos o nome da Winner/Limeira na América do Sul também.

Em quase 100 jogos no comando da Winner, quais foram os jogos mais inesquecíveis?
Demétrius - O principal deles foi o jogo contra o Pinheiros, que nos deu o segundo título paulista. O adversário era muito qualificado e vencemos com uma bola no último segundo do André Bambu, para delírio da nossa torcida. Foi de arrepiar. Os dois confrontos da final em São Paulo também foram excelentes. Jogamos com muita propriedade e vencemos com méritos. Pelo Novo Basquete Brasil 3 vou citar dois jogos fantásticos. A vitória em Brasília por 83 x 80 foi espetacular. Meu time foi perfeito naquele dia. Outro resultado expressivo foi a vitória contra o Flamengo, no Vô Lucato, por 79 x 69.

Por outro lado, quais foram as derrotas mais doídas?
Demétrius - Não dá para pular essa parte não...(pausa). Tem duas derrotas que me marcaram muito. A primeira delas foi para o Pinheiros, em São Paulo, por 95 x 55. Foi vergonhoso. Não jogamos nada. Por outro lado, a partir desta derrota é que meu elenco se fechou e se fortaleceu. Fomos campeões paulistas na sequência. Serviu de lição. Outra derrota trágica para para Assis, no Vô Lucato, quando nos sentimos impotentes. Quase fomos eliminados em razão deste tropeço. Nossa sorte é que Assis perdeu a classificação com duas derrotas em casa, para Paulistano e Franca. A vaga caiu em nosso colo. Tivemos sorte também.

Para completar, Demétrius ficará mais 500 dias na Winner?
Demétrius - Espero ficar muito mais. Me sinto em casa em Limeira. É uma cidade que ama o basquete e que gosta de sua equipe. Quero fazer história aqui e ser lembrado pelos torcedores pelo resto da vida toda. Se depender de mim, não saio daqui de jeito nenhum.

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