Pesquisar este blog

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Árbitros fazem prova em Limeira e discutem uso de imagem dos jogos


Cerca de 170 árbitros de futebol fizeram prova teórica da Federação Paulista de Futebol em Limeira, na Organização Einstein de Ensino, no último sábado. Alguns conversaram com a Gazeta e falaram sobre assuntos polêmicos, como o número crescente de câmeras nos campos e uso de imagens para reversão de resultados e punições.
O árbitro Wilson Luiz Seneme, de São Carlos, explicou que a prova acontece duas vezes por ano e testa a capacidade de interpretação do jogo e não apenas o conhecimento de regra. "Quem leu e só decorou teve mais dificuldade". A próxima etapa será a avaliação física para o campeonato paulista de 2010. A prova será feita por meio de 20 tiros, cada um de 30 segundos com intervalo de 40 segundos.

O árbitro Cléber Wellington Abade cronometrou a prova, foi um dos últimos a deixar a sala e disse que o teste exigiu leitura atenciosa. "Acho que fui bem e conseguirei obter notas acima de 9. Diferente do jogo, aqui temos tempo para pensar, interpretar e contextualizar a prova, montada com lances de partidas", explica.

O árbitro José Henrique de Carvalho admitiu que 'enroscou' em uma das questões, mas no final se saiu bem.


POLÊMICA




Quanto à reta final polêmica do Brasileirão, com árbitros como Carlos Eugênio Simon na 'geladeira', Seneme afirma que a arbitragem hoje precisa conviver com as câmeras e fazer que as imagens os beneficiem em lances duvidosos. "Sujeitos à punição todos estão. Erros e acertos podem ser cometidos. A gente fica triste pelos companheiros afastados e espera terminar o campeonato com o número mínimo de erros, sem interferir nos resultados", declara.

Seneme defende, no entanto, o uso de imagens durante o jogo. Já as gravações, somente em casos de agressão. "Decisão de resultado no tribunal diminui a emoção do esporte. Em situações muito claras, quando todo mundo viu, menos o árbitro, sou a favor das imagens, mas durante a partida".

Categórico, Abade diz que hoje há até 38 câmeras em campos em um mesmo jogo em busca de polêmicas, muitas vezes visando achar 'pelo em ovo'. Para ele, os árbitros também erravam no passado, mas as falhas não ficavam muito explícitas. "Antes havia mais qualidade em campo, mais gols e não se procurava tanto os erro de arbitragem. Como hoje a força física dos jogadores prevalece e a média de gols por partida diminuiu, ficam procurando erros ou comentando a cor da camisa do árbitro". Abade declara que defende uso de equipamento eletrônico em campo, como chip na bola, e não depois.




Para José Henrique Carvalho, os árbitros têm poucas tecnologicas que os favoreçam. "Sou a favor de uma câmera só para deixar o futebol mais bonito, mais elegante. Acho que deveria ser como antigamente, quando falava-se muito mais dos jogos e dos gols do que dos árbitros, cujos erros predominam nos programas esportivos", declara. Ele afirma que a tecnologia é interessante em casos de agressões que os árbritros não tenham visto.

Norberto Silveira, "Guinho", de Limeira, destacou que não há como comparar o futebol das décadas de 80 e 90 com o de hoje, quando não há somente mais câmeras em campo, mas a própria força física dos atletas dá mais velocidade às jogadas. "O árbitro é ser humano e não máquina. Ele toma decisão em fração de segundos e está sujeito aos erros. O futebol é gostoso devido a essas polêmicas", explica. Guinho discorda do uso de imagens depois das partidas. Ele lembra que o texto da regra prevê que o árbitro é soberano no jogo e não a tecnologia. "Seria preciso mudar a regra e, na minha modesta opinião, sou contra".




As entrevistas completas com os árbitros vão ao ar na próxima segunda-feira, dia 7, no programa Segunda Esportiva (TV Jornal - canal 39), a partir das 20h30.

Nenhum comentário:

Postar um comentário