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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Independente vence o Capivariano e conquista Segundona diante de sua torcida: que festa



Saudoso comentarista João Ferraz diria: uma vitória insofismável do avassalador Independente

Um campeão por excelência. O Independente coroou com título sua brilhante campanha no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. O Galo provou novamente que não existem barreiras intransponíveis para esse grupo e que quanto mais exigido, mais sucesso tem. Depois de perder por 2 a 0 em Capivari, o alvinegro devolveu o placar ao Capivariano e festejou o caneco, diante de sua torcida.

Uma conquista merecida por todas as dificuldades que esse elenco passou, como lesão, desorganização, parceria desfeita no meio do caminho e, principalmente salários atrasados. Os Gladiadores são mesmo espetaculares e merecem todo respeito do torcedor.

Antes de começar a partida, provocação entre as torcidas. Parecia até que o Capivariano era o mandante, tamanha agitação da torcida do Leão. Logo no portão de entrada, batuque, bexigas e rojões, uma repetição do jogo de ida, disputado no Estádio Carlos Colnaghi, em Capivari.


Os times entram em campo e o hino nacional é executado pela Banda Arthur Giambelli. Enquanto isso, a imprensa continuava se acomodando nas poucas cabines de imprensa disponíveis. O pessoal de Capivari precisou se virar para arrumar um cantinho.

O Galo se apegava aos números para ganhar confiança para a decisão: em 157 jogos realizados no Pradão desde 1999, venceu 79, sendo que 36 por dois gols de diferença. Além disso, o rival vinha de três derrotas fora de casa, duas delas por dois gols de diferença: 3 a 1 para Eloesport e Votuporanguense.

Quando as escalações foram passadas à imprensa, uma surpresa. Parraga não escalou o time que treino coletivamente na sexta-feira. Seria para despistar o oponente? Marcelo e Daniel que seriam titulares, começaram no banco. Murilo Silva e Bismarck foram titulares. Desta forma, Gilberto recompôs a zaga no lugar do suspenso Jean, com Murilo Silva retornando à ala-direita.

Carlos Diego e Alexandre foram os marcadores, com João Santos, Bismarck e Leandro Neves fazendo uma linha de três no ataque. Já o Capivariano estava completo, contando com os retornos de Régis, Adoniran e Ivanzinho, exatamente seu meio-de-campo titular.

Jogo

Bola rolando e logo aos 2 minutos, o primeiro susto para a torcida alvinegra. Alamir bateu cruzado da esquerda, Romão dominou, na marca do pênalti, girou e finalizou à direita de Diego. Por centímetros o maior artilheiro da Segundona não marcou seu 28 gol na competição.

Diego continuava sendo exigido. Além das boas saídas de sua meta, segurou firme o chute de Oliveira aos 11 minutos. O Galo sentia a ausência de Felipe Nunes e criava poucas oportunidades, deixando apreensivo o seu torcedor. João Santos e Leandro Neves buscavam jogadas individuais, mas não obtinham êxito. Aos 17 minutos, Alexandre arriscou de longe e Douglas segurou.

O Capivariano voltou a assustar aos 18 minutos. E foi aquele susto. Escanteio cobrado por Pedro Henrique da esquerda e cabeceio forte de Alamir na primeira trave. Diego, como de costume nesta Segundona, se esticou todo para espalmar, praticando um milagre.


O título galista começou a ser desenhado aos 28 minutos. Falta magistral cobrada por João Santos da meia-esquerda. A bola entrou no ângulo de Douglas. Era o primeiro do Independente no jogo e o segundo do rápido atacante na temporada.


Só que para ser o campeão, ou melhor, tricampeão da divisão (ganhou também nos anos de 1973 e 1999), seria preciso fazer mais um. E ele veio aos 49 minutos. Murilo Silva, que estava ameaçado até de começar o jogo final na reserva, fez um lançamento primoroso para Bismarck. O goleador teve tranquilidade e boa colocação na grande área para tocar na saída do goleiro, ampliando a vantagem para 2 a 0.



Os galistas foram aplaudidos para os vestiários, enquanto os visitantes sentiram o segundo gol. Até a torcida do Capivariano, até então agitada e barulhenta, esmoreceu. Estranhamente, o técnico Genildo Cavalcante sacou o atacante Alamir no intervalo para a entrada de William, enquanto o Galo voltou com a mesma formação.

Recuo providencial

O Independente recuou em demasia, chamando o Capivariano para o seu campo de ataque. Aos 7 minutos, Ivanzinho tentou surpreender Diego da meia-esquerda. O toque por cobertura fez o goleiro galista praticar outro milagre. Defesa que fez a torcida alvinegra gritar o nome do arqueiro, um dos ídolos deste fanástico elenco.

O Galo tentava encaixar um contra-ataque para liquidar o jogo, mas não conseguia. A melhor chance foi aos 12 minutos, quando João Santos deixou Bismarck na cara do gol. O atacante conseguiu tocar na saída do goleiro, mas a bola caprichosamente não entrou, graças a um desvio no zagueiro Lucas.

O Capivariano explorava suas alas e aos 13, após cruzamento de Pedro Henrique da esquerda, William desviou de cabeça para fora.

Já o Galo apostava no jogo aéreo e aos 18 minutos, após escanteio cobrado por João Santos, Leandro Neves e Petterson passaram da bola, mas Gilberto bateu de primeira, na rede pelo lado de fora. Teve torcedor que gritou gol.


A partir dos 25 minutos, o Capivariano apertou ainda mais o ritmo, em busca do gol salvador. Parraga sentiu o crescimento do adversário e fechou a defesa com Marcelo. O goleiro Diego fechou com chave de ouro sua participação nesta Segundona. Primeiro, espalmou um chute forte de Régis de fora da área e depois, no puro reflexo, defendeu o chute à queima-roupa de William, após desarme em cima de Alexandre na grande área. Foi a primeira vez que os galistas discutiram em campo.

O Galo ainda quase ampliou aos 29 minutos com João Santos. O baixinho cobrou outra falta da meia-esquerda, mas desta vez o goleiro Douglas foi no ângulo buscar, mandando à escanteio.

Os minutos finais foram dramáticos. O Capivariano jogou na área do Independente, mas Márcio (escolhido o melhor jogador em campo pelos 1020 AM da Rádio Educadora) e Petterson estavam perfeitos.

Em quatro ocasiões o Galo teve o contra-ataque à disposição, no 3 contra 1, mas não soube aproveitar. Até Leandro Neves, talismã do alvinegro, não conseguiu manter sua média de fazer gols em jogos decisivos, porém lutou e prendeu a bola no ataque, ganhando um tempo precioso.

O árbitro Marcelo Rogério, que teve atuação destacada, ainda deu três minutos de acréscimo e só acabou o jogo aos 50 minutos, deixando os torcedores malucos na arquibancada. Com o apito final, festa dos galistas pelo título.

Só que a festa foi exagerada. Alguns jogadores do Independente foram provocar a torcida do Capivariano que deixava o estádio e uma pancadaria foi registrada. Foram cenas lamentáveis e jogadores machucados. Foram 4 minutos de violência explícita, que atrasaram a premiação e mancharam a final.


No total, o Independente disputou 30 jogos nesta temporada, obtendo 17 vitórias, 8 empates e apenas 5 derrotas. Marcou 52 gols e sofreu 25, saldo de 27. Dos 90 pontos possíveis, conquistou 59, ou seja, 65,5% de aproveitamento.

Ficha Técnica

Independente 2 x 0 Capivariano

Gols - João Santos, de falta, aos 28 e Bismarck aos 49 minutos do primeiro tempo (IN)
Local - Estádio Comendador Agostinho Prada
Árbitro - Marcelo Rogério
Auxiliares - Alex Alexandrino e Fábio Rogério Baesteiro
Público e renda - não divulgados
Independente - Diego; Gilberto, Petterson e Márcio; Murilo Silva (Gustavo), Alexandre, Carlos Diego, João Santos (Marcelo) e Thiago Pereira; Leandro Neves e Bismarck (Daniel). Técnico - Parraga.
Capivariano - Douglas; Oliveira, Lucas, Kelisson e Pedro Henrique; Régis, Adoniram (Thiaguinho), João Paulo (Tom) e Ivanzinho; Romão e Alamir (William). Técnico - Genildo Cavalcante.
Ocorrências - cartões amarelos para Thiago Pereira e Alexandre (IN); Oliveira, Tom e Thiaguinho (CAP).

*** Fotos Wagner Morente e JB Anthero

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