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domingo, 5 de junho de 2011

Entrevista com J.Rubens: investidor garante que Independente já perdeu R$ 1,3 milhão


O Independente passa por uma turbulência fora de campo. Em entrevista exclusiva ao Painel Esportivo, o investidor J.Rubens afirma que o Galo já perdeu mais de R$ 1 milhão pelos problemas que vem enfrentando, em especial o fato de não mandar suas partidas em seu estádio, o Comendador Agostinho Prada.

Muito abalado com a situação e triste por não conseguir colocar em prática todos os seus projetos. J.Rubens decidiu explicar em público tudo o que se passa nos bastidores do clube e escolheu a Gazeta de Limeira.

Primeiro, destacou que para se tornar parceiro do Independente foi obrigado a abrir algumas exceções. A primeira, segundo ele, foi pagar as pendências financeiras que estavam na Federação Paulista de Futebol. Se essa dívida não fosse quitada, o Galo estaria impossibilitado de disputar a Segundona deste ano. "No contratado reza que toda dívida contraída antes do dia 14 de março de 2011 ou por dirigentes atuais, não são de responsabilidade dos novos gestores. Mas nesse caso, precisamos deixar tudo zerado com a FPF para atuarmos", lembrou.

A segunda exceção foi liberar a obrigatoriedade do Independente oferecer pelo menos um campo extra, em condições de ser utilizado para treinar. "Isso constava na minuta do contrato, mas nos foi solicitado que tirássemos esta cláusula contratual", reforçou. A terceira exceção foi iniciar o campeonato sem ter a liberação do Pradão.

Muitas perdas

J.Rubens começou a listar tudo o que o Independente começou a perder com todos esses problemas. A desistência dos anunciantes foi o que mais chateou o investidor, pois dalí sairia uma renda mensal para tocar o clube da melhor forma possível. "Alguns investidores ao buscar informações do Independente passaram a ler o que de fato estava acontecendo, ou seja, os dirigentes cobrando da prefeitura as obras necessárias para liberação do funcionamento do estádio dentro de suas funções. Depois rumores de crises entre a prefeitura, os dirigentes do Galo e os novos gestores. Tudo isso foi gerando uma desconfiança muito grande", frisou.

Limeirão:

Jogar no Limeirão é um dos principais problemas para a nova parceira do clube. "Estamos perdendo arrecadação, pois como é sabido de muitos, poucos torcedores do Galo aceitam assistir ao jogo no estádio do seu grande rival regional", lembrou.

Outro fator que vem tirando o sono do brasiliense é o valor cobrado para se jogar no Major Levy. "Temos que nos submeter as regras e valores cobrados para termos segurança. Eles não aceitam a contratação de seguranças que não sejam pela indicação deles. Não nos deixam vender água, refrigerantes e outros produtos consumidos durante uma partida de futebol, o que entendemos, pois sempre existem acordos ou contratos para negociar imagem, produtos e serviços. Sem falar que os valores nos cobrados de alguns serviços não temos muita escolha, pois é o valor que eles cobram e pronto. Não aceitamos ter que passar por coisas como estas", criticou.

Dinheiro


Pelas contas de J.Rubens, o Independente já perdeu em torno de R$ 1,3 milhão. "Uns R$ 200 mil viriam só de anunciantes, que colocariam suas marcas nos espaços internos e externos do Pradão e que na sua grande maioria são de Limeira. Devido as incertezas quanto a liberação do estádio, boatos negativos na internet e imprensa, também perdemos exatamente R$ 1,1 milhão de alguns investidores que desistiram porque nos pediram toda a documentação do time, levantamento de dívidas e até isso não conseguimos obter ainda. Existem até penhoras. A culpa está na demora do cumprimento das cláusulas contratuais. Estou falando de números exatos e não de contos de fadas", desabafou.

J.Rubens confidenciou que mesmo assim vem contando com a ajuda de alguns investidores, que ainda acreditam no Projeto Independente. "Pedi que me dessem um voto de confiança e fui atendido. Muitos dos cheques que conseguimos pegar com investidores ultrapassam a cifra de R$ 1 milhão. Alguns até ajudaram a fazer dinheiro de cheques para maio e para junho, o que desde já agradecemos", contou.

Com toda perda em razão da demora na liberação do Pradão, Rubens está a procura de novos investidores e parceiros. "Queremos dar continuidade ao nosso projeto. Acredito que até o meio do ano tudo esteja resolvido", salientou. Ele aproveitou para elogiar a postura do presidente José Marcelo de Assis. "Nossa relação é ótima".

Time

J.Rubens confia, mais do que todos os torcedores, no potencial do Independente. "Temos um time de qualidade. Disputamos oito jogos entre oficiais e amistosos e perdemos apenas duas vezes. Enfrentamos de igual para igual times como Guarani e Americana por exemplo. Nosso time é jovem e tem a média de idade de 20 anos. Não podemos esquecer que são jogadores que iniciaram em equipes das Séries A e B do Brasileirão", apontou.

O investidor elogiou o técnico Parraga. "Ele é uma das maiores bênçãos neste projeto. É o tipo do técnico que domina o que faz e acima de tudo é um técnico de incontáveis predicados. Ele está fazendo um excelente trabalho aqui e disso não temos dúvidas. Ele sabe ser severo, honesto, correto e amigo de todos na equipe. É muito profissional mesmo", elogiou.

Reforços

Reforços devem ser contratados, em especial para a segunda fase da Segundona. "Quem pensa em subir, a todo momento busca reforços. Deixei bem claro que enquanto não tivermos uma equipe forte, boa técnicamente e bem preparada fisicamente não vamos parar de contratar", disse convicto. "Estamos buscando consolidar a meta de investimento anual que é R$ 2.500.000. Sei que algumas pessoas ligadas de coração ao Independente acham loucura fazermos tais investimentos, pois acham que o segredo do negócio está em ser campeão, o que não é verdade. Hoje temos uma demanda no mercado de bons atletas. Cremos que esta demanda ultrapasse a 500 atletas", destacou.

Torcida

J.Rubens resumiu como "exigente" a torcida do Independente. " A sua impaciência se deve ao fato dos torcedores não conhecerem o projeto. Estamos tentando estabelecer uma relação de parceria com a torcida. Só acho que eles poderiam esperar um pouco, pois pegamos um time totalmente desacreditado e com poucas chances de montar uma equipe boa e competitiva. Gostaria que eles fossem ao estádio, apoiassem o time e que controlassem as críticas", solicitou.

Rubens lembrou que no jogo contra o São Judas por exemplo, antes mesmo de terminar o primeiro tempo a torcida já estava vaiando e dizendo palavras desmoralizadoras aos atletas. "Gostaria de pedir para que a torcida nos desse demonstrações de amor e não de impaciência. Não conseguimos mudar uma situação do dia para noite", justificou. O Independente, na opinião dele, tem alguns paradigmas para serem quebrados, como por exemplo, deixar de ser um time que "nada nada e morre na praia".

*** Fotos Renato Silva - Gazeta de Limeira

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