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domingo, 28 de julho de 2013
Pela Winner/Kabum, técnico Demétrius Ferracciú abre mão da seleção brasileira
Um treinador ainda mais motivado para a temporada. Também pudera, pois Demétrius Ferracciú, da Winner/Kabum, ganhou peças importantes e de muita qualidade. Ainda por cima teve a boa notícia da renovação de contrato do patrocinador por mais um ano.
Demétrius acredita que chegou a hora da Winner/Limeira sonhar alto, em especial com uma das vagas na Liga Sul-Americana de Basquete em 2014.
É justamente por esse objetivo principal, que o treinador abriu mão até de compor a comissão técnica de Rubén Magnano na Seleção Brasileira de Basquete, que disputará a Copa América este ano.
"Participei de um Pré-Olímpico e de uma Olimpíada como auxiliar-técnico. Foi uma experiência extraordinária. Mas entendi que pelo investimento que a Winner fez para este ano, precisava viver o dia-a-dia do time. Acredito que será um ano diferente, com boas perspectivas. Foi por isso que pedi dispensa da seleção", confidenciou.
Demétrius já comandou a Winner em 165 jogos. São 83 vitórias e 82 derrotas, ou seja, pouco mais de 50% de aproveitamento. Ele está a 200 jogos de igualar a marca de Zanon, técnico que mais comandou a equipe limeirense na história. "Acho que vai mais uns cinco anos", sorriu.
Pingue-Pongue:
PE) São cinco anos de Winner. No que a equipe limeirense evoluiu neste período em suas mãos?
Demétrius - O conceito de jogo melhorou. Surpreendemos logo na primeira temporada em que assumi como técnico no lugar do Zanon. Ganhamos o Campeonato Paulista com um time de pouco investimento. Fomos campeões também dos Jogos Abertos. Falhamos em duas edições do NBB. Mas entendo que o saldo é positivo até aqui.
PE) Passar pelo primeiro playoff do NBB continua sendo o principal objetivo da Winner?
Demétrius - Sem dúvida alguma. Com o elenco que formamos agora, temos condições de sonhar alto. A leitura de jogo dos reforços me agrada, sem contar é claro, a vasta experiência. Temos opções de jogo e variações de jogadas. O leque aumentou bem. Temos dois gringos de muita qualidade, que são o Ronald Ramón e David Jackson. Pode chegar ainda um terceiro. Eles podem decidir partidas. Podemos sim, ser a quarta força do NBB6. O nível da competição é altíssimo. Flamengo, Brasília e São José são os times a serem batidos. Ficando entre os quatro melhores, teremos enfim, a possibilidade de disputar uma Liga Sul-Americana, que hoje é o maior sonho de todos nós, em especial do Cássio Roque.
PE) A eliminação para o Pinheiros no quinto jogo do NBB5 ainda dói?
Demétrius - Jamais me esquecerei daquele dia. Machucou demais. Abrimos 2 a 0 na série e tínhamos a chance de fechar em casa, diante da nossa torcida. Conseguimos perder. O último jogo foi inacreditável. Ele estava em nossas mãos e mesmo assim perdemos nos minutos finais, graças a erros individuais. Esperamos não cometer os mesmos erros no NBB6.
PE) E para o Campeonato Paulista que começará na quinta-feira, a Winner entra como favorita?
Demétrius - Será o melhor Paulista dos últimos anos. Todas as equipes se reforçaram e muito para esta competição. Bauru, São José, Franca e Pinheiros devem fazer uma grande temporada, mas pelo investimento que fizemos, coloco a Winner como franca favorita ao título.
PE) Estrear em casa, diante do rival Rio Claro, lhe agrada?
Demétrius - Claro que sim. Sinto que a torcida abraçou a idéia, em especial com a volta dos ídolos Renato Lamas, Guilherme Teichmann e Bruno Fiorotto. Acho que o Vô Lucato realmente será pequeno para a grandeza desta equipe. Mas é bom frisar que teremos dificuldades neste início. Não teremos o David Jackson e a falta de entrosamento poderá atrapalhar. Treinei pela primeira vez o 5 contra 5 na terça-feira, graças aos retornos dos jogadores do Sub-19 e do Matheus Dalla. Temos que ter paciência neste início.
PE) Com a chegada dos reforços, os novatos perderão seu espaço no time?
Demétrius - De jeito nenhum. Du Sommer, Matheuzão e Lukinha serão utilizados normalmente. Eles precisam aproveitar as chances que terão. Já o Derek eu o considero como um adulto. Está pronto. Será bom para esses meninos ver a liderança em quadra do trio formado por Renato Lamas, Guilherme Teichmann e Bruno Fiorotto.
PE) Você se sentiu pressionado em algum momento nesses cinco anos?
Demétrius - A torcida da Winner precisa entender uma coisa. Eu me cobro demais, mais até do que a torcida. Meu perfeccionismo às vezes me atrapalha. Eu mesmo me pressiono quando algo sai errado. A torcida vive da emoção, do clima da partida. Eu vivo o dia-a-dia do clube. Eu sei o quanto cada jogador pode render.
PE) Por que sua equipe dificilmente consegue uma centenária, mesmo diante de times fracos?
Demétrius - Não é exclusividade da minha equipe. Poucos times hoje em dia passam dos 100 pontos. No basquete de hoje em dia os times defendem mais do que atacam. Uma boa defesa ganha um campeonato. Até na NBA existe essa preocupação, pois os espetáculos estão diminuindo em razão da forte marcação. O físico conta muito hoje.
PE) Você recebeu algum convite para deixar a Winner?
Demétrius - Sim, mas prefiro não revelar o nome da equipe. Estou 100% adaptado em Limeira e não penso em sair daqui. Estou feliz comandando a Winner e isso é o que importa.
PE) Qual é o seu maior sonho?
Demétrius - Queria ver a massificação do basquete em Limeira. Gostaria de ver escolhinhas de basquete funcionando em centros comunitários. Hoje, o basquete é o esporte número 1 na cidade. É aquele que leva o nome de Limeira nos quatro cantos do Brasil. Nossa média de público é maior do que o futebol. Tem até o projeto do novo ginásio. Estamos no caminho certo e ver o crescimento do basquete aqui, é meu maior sonho.
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