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quarta-feira, 12 de maio de 2010
Iracemapolense na África do Sul: meia Elano está no time de Dunga para a Copa do Mundo
Na calmaria de Iracemápolis, com cerca de 20 mil habitantes, alguns não tinham dúvidas sobre a convocação do conterrâneo Elano para a Copa do Mundo na África do Sul. Já a família do meio-campista passou momentos de tensão até o anúncio da escalação de Dunga, que conta com o iracemapolense no time.
A escalação era certa para o metalúrgico César Ferreira Silva, 29. "Já era esperado, não tinha dúvidas de que estaria no time", disse, na mesma opinião do pedreiro Antônio Carlos Pereira dos Santos, 38. "Estava confiante, agora é só torcer para que ele faça bastante gols".
A notícia foi motivo de festa no hotel da família, que partilhou da aflição até a confirmação do nome de Elano. "Sempre tive esperança, mas nunca se tem certeza, nem ele mesmo. Até sair a escalação é difícil, são muitos jogadores bons. Todo dia surgem duas ou três revelações. Mas a família sempre acredita", disse a mãe, Maria Conceição Mouro Blumer, de 48 anos. Ela lembra a trajetória do filho, que passou pela Inter de Limeira, Guarani, e Santos, até chegar à Ucrânia e Inglaterra. "Também jogou no Juventus de Rio Claro. Tenho a camiseta guardada até hoje", diz.
Já o pai, Geraldo Blumer, de 56 anos, lembra que viu o filho como jogador desde que nasceu. "A convocação é tudo, a realização de um sonho. Pode-se jogar nos melhores times, mas nada se compara a chegar à seleção e à Copa do Mundo. Fé é acreditar no que não se vê e isso eu tenho muito", disse.
O jogador tem ainda duas irmãs, Ellen, 17, e Érica, 31, que diz que parou de acompanhar as especulações na mídia antes do anúncio. "As pessoas pensam que a gente sabe, mas não tínhamos ideia. Falei com Elano por telefone e ele estava na mesma expectativa que nós, sem dormir há dias", afirmou a irmã.
Torcida por Elano é forte em Iracemápolis e região
Com o fim do sofrimento da espera, começa agora o da torcida. Mas até chegar a este ponto, a família lembra do caminho difícil até a primeira Copa de Elano. "Nós é que podemos dizer o quanto ele lutou e o que está sentindo", disse Érica.
Já a mãe lembra a importância do incentivo em épocas de desânimo e dificuldades. "Eu dizia para ele que, enquanto eu existir, ele nunca iria desistir. Há horas em que ninguém acreditava além da família, mas ele teve força para lutar e mostrar que não é pequeno", lembra.
O pai apostou no mesmo. "Cobrei responsabilidade desde cedo e ele acatou. Ele sempre foi persistente, sem desistir do sonho. No caminho, é preciso administrar situações complicadas, em que é preciso ter uma retaguarda boa, com apoio da família, para prosseguir. Aliás, isso é necessário em tudo na vida", pontua Blumer, que avalia que a carreira de jogador é de muita dúvida. "É uma profissão em que não há certezas, diferente de cursar uma faculdade e sair formado para determinada área", compara.
A família embarcará para a África, para assistir aos primeiros jogos. Enquanto isso, entre os moradores, a lembrança do pequeno Elano se divide com a crença - ou não - na vitória brasileira.
*** Matéria Daiza Lacerda - Gazeta de Limeira
*** Fotos - Fernando Carvalho e CBF
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