Tinha tudo para ser uma grande festa sábado à tarde na Rua Javari: Independente embalado, 100 jogos de Álvaro Gaia, jogo em campo neutro e a volta do experiente meia Lê.
Mas deu tudo errado para o Galo, que foi atropelado pelo Água Santa por 4 a 0, pela oitava rodada do Campeonato Paulista da Série A-2. Mas por outro lado, os resultados ajudaram e o alvinegro segue no G4, agora em quarto lugar. Os tropeços de Rio Branco e Guarani foram fundamentais para a permanência da equipe limeirense no grupo de acesso para a Série A-1.
Os problemas começaram bem cedo para o Independente. Durante a semana o técnico Álvaro Gaia perdeu o zagueiro Denner, com dengue e o atacante Júlio César com uma lesão no joelho.
Para piorar a situação, treinou com Lê no time titular. Mas o meia se machucou no aquecimento, antes da partida, uma vez que o gramado estava encharcado em razão da forte chuva que caía em São Paulo.
Sem Lê, Gaia poderia ter colocado Dodô no setor, mantendo a forma que o time treinou. Mas optou por escalar Josimar, recuperado de lesão, porém completamente fora de ritmo. Sua preocupação defensiva era maior. Com isso, André Pastor, que vinha tendo grandes atuações na defesa, foi novamente avançado ao meio de campo, atuando ao lado de Fabiano.
O Água Santa queria vencer para encostar exatamente no Independente, pois a diferença entre ambos era de quatro pontos. O Netuno trouxe uma torcida fanática e vibrante na Javari.
Desde o início o time de Diadema mandou na partida. O lateral Jonatan era o mais ofensivo. Aos 4 minutos, o ala levantou para a área e a bola quicou no gramado escorregadio, ganhando força. Marcelo Bonan se atrapalhou no lance, mas ninguém aproveitou o rebote.
A primeira chance do alvinegro foi no chute forte de Thiago Silva, de fora da área, que assustou o goleiro Deimisson, aos 18 minutos.
Até que aos 19 minutos, uma falha terrível de Josimar. No recuo de Fabiano, o becão tentou dominar e escorregou. Guina aproveitou o vacilo para invadir a área e exigir uma defesa espetacular de Marcelo Bonan. Mas a bola voltou exatamente nos pés do bom meia, que desta vez acertou o canto: 1 a 0.
O Independente tinha no lado direito sua maior esperança na partida. Alemão e Jonhathan faziam boas jogadas individuais. Por outro lado, Juninho e Diogo deixavam a desejar.
Aos 26 minutos, novamente Guina puxou um contra-ataque pelo meio. O craque do Água Santa fez um passe preciso para Júlio Madureira, que invadiu a área e bateu cruzado, sem chances para Bonan: 2 a 0.
E olha que o árbitro Antônio Ferreira de Oliveira Júnior ainda deixou de marcar um pênalti claro em cima de Guina três minutos depois. O Galo estava atordoado em campo. Nem parecia que estava no G4.
Aos 31 minutos, em nova descida do Independente pela direita, Thiago Silva, uma das boas figuras em campo, conseguiu cruzar para Jonhathan, que tentou de letra, quase descontando.
Aos 36, o lateral Alemão, novamente escolhido o melhor jogador em campo pelos 1020 AM da Educadora, fez uma jogada individual espetacular pela direita. O jogador passou por três marcadores na velocidade e bateu cruzado, rente a trave de Deimisson. Merecia entrar.
Álvaro Gaia nem esperou o intervalo para mexer em sua equipe. Fabiano foi sacado para a entrada de Ygor Mineiro, deixando o Galo mais ofensivo. Era a famosa tese: "perdido por dois, perdido por mil".
Mas o que o treinador não esperava era pelo terceiro gol aos 43 minutos. Uma falta cobrada por Alemão originou um contra-ataque fulminante do Água Santa. A bola chegou até os braços de Deimisson que lançou à frente. Júlio Madureira desceu livre pela esquerda, esperou Marcelo Bonan sair de sua meta e com um toque sutil por cima, ampliou para 3 a 0. A casa do alvinegro tinha acabado de desmoronar de vez.
Segundo tempo
A etapa complementar teve apenas um dono: o Independente. O Galo massacrou o adversário, mas não era dia. Foram inúmeras oportunidades e nenhum golzinho sequer.
Logo no primeiro minuto, em nova jogada invididual pela direita, Alemão soltou um tubaço, que Deimisson desviou para escanteio. A bola fatalmente entraria no ângulo. Na cobrança, Ygor Mineiro cabeceou na pequena área, na rede pelo lado de fora.
Aos 3 minutos, Jonhathan recebeu ótimo passe de Ygor Mineiro, porém parou numa defesa milagrosa de Deimisson, com os pés. Alemão era o mais ofensivo e fazia o que queria na defesa adversária.
O Independente queria um gol para por fogo no jogo. O goleiro Deimisson voltou a trabalhar aos 10 minutos. Jonhathan experimentou de novo da entrada da área e o arqueiro do Netuno defendeu de forma espetacular. No rebote, Ygor Mineiro, com o gol aberto, conseguiu finalizar para fora.
Para aumentar o poder ofensivo, Gaia colocou em campo Anderson Aquático, recuperado de uma lesão no tendão de Aquiles, no lugar do apagado Diogo. Só dava Independente e por isso, o Água Santa se fechou completamente na defesa.
O goleiro Deimisson continuava fazendo uma defesa atrás da outra. Aos 15 minutos, Anderson Aquático recebeu na entrada da área e acertou a trave do time de Diadema. A bola galista não queria entrar de jeito nenhum.
Cinco minutos depois, Alemão cruzou da direita e Ygor Mineiro, sozinho na pequena área, não alcançou a bola em um carrinho. Juninho teve duas chances seguidas na entrada da área, mas em ambas o arqueiro do Netuno segurou.
Com o passar do tempo o Independente foi perdendo sua força. Por maior que fossem a garra e a determinação na etapa complementar, o gol não saía para motivar ainda mais.
Até que aos 46 minutos, em um dos raros ataques do Água Santa no segundo tempo, Makanaki, que tinha acabado de entrar na partida, recebeu em condição, entrou na área e acabou derrubado por Allysson. Pênalti assinalado e gol de Wellington, que deslocou Marcelo Bonan: 4 a 0.
Ainda deu tempo de Dodô cobrar uma falta aos 47, que Deimisson desviou e a bola ainda tocou no travessão. "Tenho que parabenizar meus jogadores pelo segundo tempo que fizeram. Gostei demais do Galo nos 45 minutos finais. Pena que bobeamos no início", comentou o doutor Anivaldo Mattos, da parceira Arte da Bola.
O Independente está em quarto lugar e ainda sem empatar no campeonato. Foram cinco vitórias e três derrotas. Na quarta-feira o Galo enfrenta o Guarani, às 20h30, no Décio Vitta, em Americana.
Ficha Técnica
Água Santa 4 x 0 Independente
Gols - Guina aos 19, Júlio Madureira aos 26 e aos 43 do 1º tempo e Wellington, de pênalti, aos 46 do 2º tempo.
Local - Rua Javari, em São Paulo
Árbitro - Antônio Ferreira de Oliveira Júnior
Auxiliares - Fábio Banciello de Salles e Vinícius Messias de Souza
Público e renda - não divulgados
Água Santa - Deimisson; Jonatan, Rafael Tavares, Augusto e João Paulo; Batista, Russo, Guina (Wellington) e Francisco Alex (Vanderson); Thiago Cavalcanti (Makanaki) e Júlio Madureira. Técnico - Márcio Ribeiro.
Independente - Marcelo Bonan; Alemão, Allysson, Josimar e Xandão; André Pastor, Fabiano (Ygor Mineiro), Thiago Silva e Diogo (Anderson Aquático); Jonhathan (Dodô) e Juninho. Técnico - Álvaro Gaia.
Ocorrências - cartões amarelos para Jonatan, Rafael Tavares e Júlio Madureira (AS).
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