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domingo, 10 de abril de 2016
Limeira de luto com a morte do mestre Euzébio Nascimento da Silva
O esporte limeirense está de luto. Faleceu hoje aos 68 anos, o mestre Euzébio Nascimento da Silva, um dos esportistas mais consagrados de nossa cidade. Segundo informações colhidas pelo repórter Naldo Dias, seu amigo pessoal há mais de 30 anos, ele não resistiu a complicações após uma cirurgia no coração.
Seu Euzébio trabalhava com dois esportes que necessitavam de concentração, estudo, raciocínio rápido e disciplina. Ele conseguia tirar ambos de letra, sempre com muita capacidade e profissionalismo. Talvez a calma era uma de suas principais virtudes.
Depois de brilhar como atleta no passado, Nascimento foi o responsável por um feito inédito da modalidade damas de Limeira nos Jogos Regionais de Bragança Paulista em 2007. A medalha de prata - inédita para a cidade e conquistada após sete vitórias e apenas uma derrota para Paulínia. Desta forma, classificou nossa cidade para os Jogos Abertos de São Bernardo do Campo.
Vida
Euzébio nasceu em Itaberaba, na Bahia, no dia 14/08/1947. Era filho de Lourenço Corrêa da Silva e Virgília Nascimento (ambos falecidos) e tinha apenas uma irmã, Noemia.
Veio para Limeira aos 19 anos, graças a um convite feito pelo seu compadre Otaviano Pereira. Trabalhou como ajudante geral, em construção civil e foi até empilhadeirista.
Foram dezenas de empregos, entre eles na Convias, Nestlé de Araras, Ragazzo, Teka, Usina São Francisco de Piracicaba, São Jerônimo, União dos Refinadores (três anos), Fumagalli (nove anos), Zaccarias, Ajinomoto e por último Varga, onde ficou por 14 anos, conseguindo finalmente a sua aposentadoria em 1997. Por 18 anos responsável também pela segurança do Nosso Clube.
Sua paixão pelo esporte começou na própria União, quando conheceu o professor de judô Nelson Higa. Em seguida treinou com os mestres Luís Carlos e Paulo Mubarac.
Lutador extremanente técnico e especialista em lutas no chão, Euzébio participou de 22 Jogos Regionais - de 1976 a 1998, tendo conquistado inúmeras medalhas.
Também esteve em 22 Jogos Abertos e até hoje lamenta por não ter conquistado o ouro em 1981, na cidade de São José do Rio Preto. "Venci as sete primeiras lutas e na decisiva eu fui desclassificado. Foi difícil aceitar", lembrou, em entrevista publicada na Gazeta de Limeira de 2007. Ganhou três medalhas de ouro no Campeonato da ATE.
Em 1984, formou-se na arbitragem estadual de judô e conciliava as duas funções. Treinou com mestres japoneses em São Paulo e tornou-se faixa preta 4º Dan.
Já seu amor pelas damas começou na Bahia. "Sempre apostava dinheiro e ganhava", dizia. Quando trabalhava nas empresas limeirenses, se aproximou dos organizadores dos Jogos Operários do Sesi e pediu para jogar damas e lutar judô. "No começo ninguém botava fé em mim, mas aos poucos fui mostrando o meu potencial", confidenciou.
Pela Fumagalli foram 8 títulos consecutivos de damas e outros 8 no judô. Pela Varga foram 11 títulos consecutivos em damas e mais 11 no judô. "Perdi apenas duas finais de damas no Sesi, justamente para o Almiro Costa", lembrava.
Não satisfeito e com o seu quarto querendo receber mais troféus, Euzébio passou a disputar os Jogos Interclubes. Foi campeão pelo Limeira Clube, pela Internacional, pelo Nosso Clube e cinco vezes pelo Independente. No Campeonato Paulista, ficou três vezes entre os seis melhores do Estado de São Paulo.
No futebol, era zagueiro e ajudou a Fumagalli a conquistar um dos títulos dos Jogos Operários do Sesi.
Com Júlia Cândida Silva teve sete filhos, Reginaldo, Eliana, Elenita, Elisângela, Edna, Rosimeire e Róbson. "Tenho uma família maravilhosa e graças a Deus consegui educar meus filhos", disse todo orgulhoso em sua última entrevista para a Gazeta.
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