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domingo, 14 de abril de 2013

Dedé do Pradão promete parar o ataque do Rio Preto

Um zagueiro diferenciado, principalmente para a Série A-3. Com 1m92 de altura, Josimar é o xerife da defesa do Independente e já desperta o interesse de vários clubes do Brasil e do exterior. Seu sonho é jogar em Portugal.

Ele corria um sério risco de ser suspenso por dois ou mais jogos, pois foi julgado no começo da semana pela segunda expulsão na A-3. Depois de receber o vermelho no dérbi contra a Internacional, Josimar foi para o chuveiro mais cedo em Araras, na vitória sobre o União São João por 3 a 2.

"Fiz questão de comparecer ao tribunal na segunda-feira junto com o Marcos Bruno. Eles viram que foi um lance de jogo e que visei a bola. Graças a Deus peguei apenas um jogo e já cumpri. Hoje posso ajudar meus companheiros em Rio Preto. Vai ser uma batalha", festejou.

Nascido em Santos Dumont, Minas Gerais, em 08/07/1989, Josimar é filho do pedreiro José Roberto Tiago da Silva e da dona de casa Sônia Maria Tiago da Silva. O becão tem sete irmãos, todos com a letra jota: Julia, Jussara, João Vitor, Júlio César, Jordana, Jerusa e Juliana.

"Minha mãe sempre foi uma guerreira para cuidar de todos nós", elogiou.

Apesar de gostar de basquete - assiste até os jogos da Winner no Vô Lucato - e ter altura para a modalidade, Josimar sempre preferiu o futebol. Começou bem cedo na escolinha do Cruzeiro, que tinha um núcleo em sua cidade natal. Como se destacou rapidamente, foi parar no Tupi com 13 anos. Em seu último ano como júnior, se transferiu para o Nova Iguaçu.

Profissionalizou

Josimar se profissionalizou no VEC, o Varginha Esporte Clube. Curiosamente, seu técnico era Marcos Bruno, hoje gerente de futebol do Independente.

"Ele sempre apostou em mim. Tenho o Marquinhos como um pai. Ele cuida muito da minha carreira", frisou.

Depois de duas temporadas pelo Varginha, o becão foi emprestado ao Ideal de Ipatinga. Seu primeiro acesso foi com o Mamoré.

"Nosso time subiu para a Primeira Divisão do Mineiro. Foi uma campanha memorável", comentou.

Emprestado ao Goiânia em 2001, Josimar começou a crescer na carreira.

"Foi a partir daí que meu futebol apareceu de verdade. Os times grandes passaram a me sondar, até que o Cruzeiro me contratou", lembrou.

Só que para a tristeza do zagueiro, ele foi pouco aproveitado no time principal da Raposa.

"Foi frustrante, pois estava muito bem. Fui com confiança para o Cruzeiro, mas não jogava de jeito nenhum. Com isso, acabaram me emprestando para o Corinthians de Alagoas", contou.

Só que Josimar chegou apenas na fase final do Estadual Alagoense. Quando o campeonato terminou, foi parar no CSA para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Foi seu último clube antes de se transferir para o Independente.

No Galo

Foi o próprio Marcos Bruno que o indicou ao Independente.

"Mesmo sem conhecer o Galo, apostei minhas fichas no futebol paulista. Aqui é uma vitrine. Todos acompanham. Os jogos passam na tv. Fiz uma escolha certa e hoje graças a Deus estou colhendo meus frutos", salientou.

Quando chegou ao Pradão, Josimar conhecia apenas o atacante Robinho, seu companheiro de Varginha.

"Em menos de uma semana eu já estava enturmado. Nosso grupo é unido demais. Todos se ajudam. Aqui não tem estrela. A gente sempre quer o bem do próximo. Jamais trabalhei num grupo tão espetacular como esse. É por isso que sempre digo que merecemos subir", elogiou.

Apelido

Logo na estreia contra o América, no empate por 1 a 1, a torcida rasgou elogios ao becão. De cara, mesmo tendo o zagueiro são-paulino Lúcio como ídolo, ganhou o apelido de Dedé do Pradão.

"Depois da estreia ouvia todo mundo me chamando de Dedé, inclusive nas ruas. Depois é que fiquei sabendo que o apelido tinha sido dado por você Edmar Ferreira, que é vascaíno e fã do Mito. A rádio tem audiência né? E olha que eu sou botafoguense. Mas gostei. Acho o Dedé um dos melhores do Brasil e ser comparado a ele me deixa muito orgulhoso", destacou.

Sassá

Josimar era um dos melhores amigos de Sassá, demitido do Independente após agredir o árbitro Maurício Antônio Fioretti, em Marília. Justamente nesta partida, o becão estava suspenso.

"Talvez se eu tivesse lá, ele não teria feito isso. O Sassá sempre foi fechadão. É o jeito dele. Mas ele me ouvia. Fiquei muito sentido com o que aconteceu", frisou.

Perfeito no jogo aéreo, Josimar busca também seu primeiro gol na A-3.

"Em todos os times que defendo sempre marco. Não sei o que acontece no Independente", sorriu. 

Ele sabe que a cada desarme que faz a torcida galista vai à loucura.

"Percebo isso dentro de campo. É por isso que vou cada vez mais forte nas jogadas. Cresço com isso", contou. 

Elogios a Gaia

Para completar, Josimar fez questão de elogiar o técnico Álvaro Gaia, que segundo ele, é um treinador e paizão ao mesmo tempo.

"Nunca tinha trabalhado com um técnico que se preocupasse tanto com a gente como o Gaia. Ele cobra muito, mas nos dá liberdade para falar e expor nossas idéias. É mesmo o Abel Braga do interior, como brinca o pessoal. Ele joga até baralho com a gente. Devemos essa classificação à ele. Seria uma tremenda injustiça esse grupo não brigar pelo acesso", disse.

Josimar sabe que um vacilo poderá ser fatal esta manhã.

"Entraremos em campo classificado. Só de não ter que vencer já é uma grande coisa. A pressão será toda do Rio Preto. Temos que ser mais estável. Dificilmente neste campeonato jogamos os dois tempos da mesma forma. Isso é ruim. Estamos trabalhando forte para melhorar esse aspecto. Essa semana inteira de trabalho, sem jogo, foi bastante produtiva", confidenciou.

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