Quando a Confederação Brasileira de Basquetebol anunciou o espanhol Moncho Monsalve como novo técnico da seleção brasileira em janeiro de 2008, confesso que peguei pesado com minhas críticas. Fui até injusto, pois não o conhecia.
Entendia que a opção certa naquele momento para substituir Lula Ferreira era o brasileiro Hélio Rubens Garcia. Ainda sou favorável ao treinador francano, mas não nesse momento, já que em "time que ganha não se mexe".
Embora não tenha qualquer competição até 2010, a seleção entra em um mês de definição. No fim de novembro, o presidente da CBB, Carlos Nunes e o técnico Moncho Monsalve terão a primeira conversa sobre a temporada do próximo ano, em que o País disputará o Mundial da Turquia, de 28 de agosto a 12 de setembro.
O contrato do espanhol termina no próximo dia 25, data em que deve ocorrer a reunião. Em férias na Espanha desde a conquista da Copa América, em setembro, Moncho passou por uma delicada cirurgia na coluna recentemente. A saúde do treinador de 64 anos inspira cuidados. Além disso, o pedido de aumento salarial pode impedir a sua renovação de contrato. Sendo assim, a CBB teria que correr atrás de um novo nome.
Entendo que o trabalho do espanhol foi surpreendente. Depois de comandar a seleção no Torneio Pré-Olímpíco de Atenas 2008 (Brasil foi derrotado nas quartas-de-final para a Alemanha e ficou de fora da terceira Olimpíada seguida), Moncho levou o Brasil ao título da Copa América de Porto Rico.
Com um perfil disciplinador, Moncho disse que os jogadores Nezinho (ex-Winner e hoje em Brasília) e Marquinhos (ex-Pinheiros) não teriam mais vez por indisciplina e manteve a palavra, pois nunca chamou os dois jogadores. Com sua postura combativa, ganhou o apoio dos jogadores, incluindo os astros da NBA, Leandrinho e Anderson Varejão.
Agora falta convencer o pivô Nenê, do Denver Nuggets, a jogar o Mundial. Não será nada fácil. De qualquer forma, acho que o nosso basquete ganharia muito com sua permanência.
Histórico de Moncho Monsalve
Como jogador, Moncho Monsalve foi campeão europeu quatro vezes pelo Real Madri, tricampeão da Liga Espanhola e bicampeão da Copa do Rei. Na seleção espanhola, jogou 82 partidas, encerrando a carreira aos 26 anos, em razão de uma lesão grave no joelho. Em 1972 iniciou a carreira de técnico, dirigindo equipes na Espanha, Suíça, França, Itália, além das seleções nacionais de Marrocos, Suíça e República Dominicana.
Moncho no comando da nossa seleção:
Torneio Pré-Olímpico de Atenas - 2008
Brasil 94 x 54 Líbano
Brasil 69 x 89 Grécia
Brasil 65 x 78 Alemanha
Copa América de Porto Rico - 2009
Brasil 81 x 68 República Dominicana
Brasil 87 x 67 Venezuela
Brasil 76 x 67 Argentina
Brasil 92 x 61 México
Brasil 84 x 64 Panamá
Brasil 68 x 59 Canadá
Brasil 82 x 62 Uruguai
Brasil 82 x 86 Porto Rico
Brasil 75 x 63 Canadá
Brasil 61 x 60 Porto Rico
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