A diretoria da Internacional emitiu um e-mail para a imprensa fazendo um balanço da temporada 2015, que terminou com mais uma eliminação no quadrangular final e o fim do sonho de acesso para a Série A-2.
Alguns foram os fatores levantados pela direção do clube para tentar explicar o que aconteceu ao longo do ano. A falta de estrutura, por exemplo, foi foi um deles.
"O principal inimigo da Internacional foi a condição do estádio. As obras prometidas pela Prefeitura Municipal, que seriam de grande valia, apenas atrapalharam. Foram interrompidas deixando o clube em condições precárias, como os alojamentos, por exemplo, e a cozinha, essencial para o dia a dia dos atletas, que teve que ser concluída pela diretoria do clube", diz o e-mail.
Sobre a questão da obra, o ex-presidente Taymom Bueno, que participou das tratativas da reforma ainda em sua gestão, deu seu parecer.
“Vivemos uma ilusão a respeito das obras no Limeirão. O que era para ser um sonho virou um pesadelo. A diretoria tirou dinheiro de onde não tinha para fazer reparos de emergência provenientes da interrupção dessa obra. Por exemplo, a cozinha ficou sem janelas. O Limeirão ficou escancarado e sem a mínima condição de segurança e higiene. Nós mesmos colocamos a janela, os vidros, as pias de granito e torneiras. Isso durante o campeonato”, afirmou.
O ex-presidente explicou ainda os custos que a Inter tem com o Limeirão.
“Vamos provar os investimentos que fizemos. Tenho certeza que é mais do que o poder público municipal, detentor do estádio, investiu no mesmo período. Dá vergonha de trazer visitas no Limeirão. Não tem sala do presidente, pois foi necessário desmontar o forro e a elétrica para manutenção de uma caixa d’água que fica no andar de cima. Além disso, parte do teto do memorial, que construímos com doações e suor de todos, veio abaixo em razão das obras que vinham acontecendo”, prossegue.
Segundo a nota de esclarecimento, o que mais deixou a diretoria da Inter chateada foi a mudança de postura da administração pública.
"O senhor Prefeito Municipal disse, em entrevista à imprensa local, que a responsabilidade pelo estádio passou a ser toda do clube. Ainda disse ter em mãos a concessão, mas nós também temos todos os documentos originais de concessão e não é bem da forma que ele fala. O estádio foi construído sob terreno da Associação Atlética Internacional. Tudo bem, nós podemos até assumir o Limeirão, desde que ele conclua as obras que prometeu e começou. Continuar disputando campeonatos profissionais com essa estrutura é dar tiro no pé. Por isso vamos parar esse semestre e cobrar a finalização dessa obra. Ela interferiu muito no andamento do campeonato", culpou.
A troca do gramado foi outro ponto questionado.
"Outra questão que não podemos deixar passar foi a promessa feita pelo prefeito, para mim e para meu pai, de trocar o gramado do Limeirão. Nada foi feito. Vamos trocar o gramado com a união da diretoria. E a partir daí o assunto de responsabilidade pelo Limeirão será tratado de forma diferente também. Respeito e tenho amizade com o Paulo Hadich, mas nossa postura sempre cortês está nos trazendo um fardo que não é nosso. Seguramos até onde podíamos”, concluiu Taymom Bueno.
Bilheteria
A diretoria apontou outras questões que contribuíram para o não acesso do Leão. Em especial, a arrecadação de bilheteria, que foi muito abaixo do esperado, mesmo o time ficando no G4 em 18 das 19 rodadas da primeira fase. Isto impediu que a direção pudesse ousar mais em premiações e contratações.
“Nos últimos cinco ou seis anos ouço pessoas dizendo que se o time começasse bem o campeonato a torcida apoiaria. Isso não aconteceu. Foi um dos motivos de o time ter perdido a força na A-3. Além disso, a falta de um gerente de futebol também foi fator fundamental para a solução de alguns problemas do dia a dia”, disse o presidente Altair Bueno.
O presidente garantiu que a diretoria deu total respaldo ao técnico Betão Alcântara.
“Todas as contratações foram indicadas ou avalizadas por ele. O orçamento era muito bom para a divisão. Algumas posições ficaram carentes na montagem do time. Essa é a maior frustração da diretoria”, lembrou.
O vice-presidente da diretoria Paulo Eduardo de Toledo Barros, ressaltou o comprometimento este ano.
“A diretoria está sendo massacrada por mais um campeonato sem acesso. Garanto que não há pessoas mais chateadas do que a própria direção. Quem vive a realidade do clube sabe da doação da diretoria, primeiramente, para a sobrevivência do clube. "A Internacional está de portas abertas a quem tiver culhão e coragem de nos ajudar".
O primeiro passo será a contratação de um gerente de futebol remunerado em tempo integrado, para evitar atravessamento entre diretoria e comissão técnica. A diretoria entende que o momento agora é de organizar o clube na estrutura e nos bastidores.
A diretoria vai anunciar uma série de eventos e ações para beneficiar os sócios que continuam adimplentes. A manutenção do quadro de sócios é importante para que haja receitas e o clube entre com fôlego financeiro na nova temporada.
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