Com todo respeito que o profissional Demétrius Ferracciú possa merecer, mas seu ciclo como treinador da Winner/Limeira está encerrado. E essa não é apenas a minha opinião e sim de boa parte da torcida que vem acompanhando os últimos fracassos da nossa equipe de basquete.
Vou citar um exemplo simples. Tite foi o maior técnico da história do Corinthians. Ganhou tudo o que disputou, em especial a tão sonhada Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes. Nem por isso teve continuidade no Timão. Os resultados ruins na sequência de suas conquistas o derrubaram no alvinegro. O passado não contou.
Com Demétrius acontece exatamente a mesma coisa na Winner. Ele tem o respeito e a admiração de Cássio Roque. É prestigiado o tempo todo porque ganhou um Campeonato Paulista. Isso mesmo, um Estadual apenas.
Desde aquela memorável cesta de André Bambu no último segundo contra o Pinheiros, a Winner não ganhou mais nada, pelo contrário, passou por vários vexames. Mas sempre vinha uma vitória contra um time de expressão para que todos pudessem esquecer as derrotas.
Vamos por partes. No último Campeonato Paulista, Demétrius não conseguiu colocar a equipe limeirense nos playoffs. Foi a primeira vez na história que a equipe limeirense ficou de fora da fase final. Ele já tinha que cair naquela oportunidade. Qualquer time que passasse por essa situação, tomaria alguma providência drástica.
Aí veio o NBB6. Nossa campanha inicial, com todo respeito, foi enganosa. A Winner teve tempo para treinar, enquanto os outros paulistas jogavam os playoffs do Paulista, como Pinheiros, Paulistano, São José e Bauru. O desgaste dos rivais ajudou nossa equipe.
A Winner se aproveitou desta situação para vencer, por exemplo, Pinheiros, Paulistano e Bauru fora de casa. Se esses adversários estivessem focados apenas no NBB, a nossa equipe dificilmente venceria. Sendo assim, não terminaria entre os quatro primeiros colocados da fase de classificação do Brasileiro como terminou. A Winner conseguiu perder para a Liga Sorocabana, no Vô Lucato. Quer vexame maior do que esse.
É preciso ter os pés no chão e analisar tudo o que vem ocorrendo. Isento de qualquer culpa o técnico Demétrius do Jogo 5 contra Mogi. Ele não teve culpa que Ronald Ramón saiu com bola e tudo para a lateral no minuto final. Que Bruno Fiorotto fez uma falta desnecessária em Gustavinho no fim da partida que desencadeou toda virada de Mogi. Mas o culpo pelas duas derrotas em Mogi, quando novamente mexeu mal demais, como de costume.
E nas últimas edições do NBB, Demétrius esteve à frente da equipe que sucumbiu em Joinville e perdeu o quinto jogo para o Pinheiros, também em casa, com as mesmas falhas de sexta-feira.
Medo que pare
E digo mais, tenho medo que Cássio Roque pare com o time de novo, como aconteceu após o NBB1. Ele estava bastante abatido com a eliminação em casa para Mogi, diante de um Vô Lucato lotado.
Mas pelo que apurei, a Winner deve continuar, até porque o americano David Jackson tem contrato com a equipe e Roque sempre honrou seus compromissos. Ele pode até se afastar, deixando que outras pessoas toquem o time. Nesse caso eu seria contra. Quando se fala em basquete em nossa cidade, falamos de Cássio Roque.
Se eu fosse o dirigente, imediatamente agradeceria Ferracciú pelos serviços prestados e partiria para um novo treinador. O próprio Demétrius deveria ter a consciência do seu mau empenho no comando técnico e pedir demissão, mas nesse caso, é mais fácil um vampiro doar sangue. A situação dele aqui é bastante cômoda. Não existem cobranças como num time normal. Aqui qualquer situação é aceita numa boa.
E escrevo mais. A solução poderia ser caseira. O nome que mais me agrada é o de Dedé Barbosa, auxiliar do próprio Demétrius. Nas redes sociais os torcedores sempre defenderam essa troca.
Demétrius foi muito mais jogador do que Dedé, mas o auxiliar entende muito mais de basquete do que o atual treinador. É evidente. Os próprios jogadores prestam muito mais atenção nas orientações de Dedé do que do treinador. Ele tem a confiança do grupo. Até quando ele será auxiliar?
CHUPA
E pra fechar, gostaria de tocar em um assunto bastante delicado, que ficou enroscado em minha garganta. Vou aproveitar a semana do "desabafo", iniciada brilhantemente pelo meu chefe dr Roberto Lucato nos 1020 AM da Educadora, para contar uma situação constrangedora que passei no Vô Lucato.
No dia 13/02, logo após a vitória sobre São José por 81 x 73, estava deixando o Vô Lucato com minha namorada Daniele, quando olhei para o técnico Demétrius. Imediatamente ouvi a lamentável palavra: "Chupa", claro que não diretamente, mas sei que foi para mim. Na cabeça do treinador eu estava torcendo pelo sucesso de Zanon, comandante do time do Vale do Paraíba na ocasião, tudo por conta da nossa verdadeira amizade.
Achei uma tremenda falta de respeito do treinador, afinal, tinha uma mulher ao meu lado. Mas relevei. O momento era dele, mas não precisava ser deselegante. Perdeu a postura. Eu poderia ter dado o troco na sexta-feira, logo após a derrota para Mogi, mas seria contra os meus princípios. Gosto muito mais da Winner do que o Demétrius. Ele passa e a Winner fica.
Recusar entrevista
Outra coisa que me chateou e fez o técnico perder pontos comigo. Em uma transmissão da Rádio Educadora, Carlos Gomide não pode comparecer. Contratei o Ademir Sartori, de Rio Claro. Foi no jogo contra Franca em 11/01. O treinador recusou a dar ume entrevista para meu repórter, que estava trabalhando por Limeira, para atender os repórteres de Franca. Lamentável. Ele preferiu falar com o povo de Franca, deixando os torcedores da sua atual cidade sem a sua palavra. Bola fora.
Mas esse artigo não tem só críticas não. Tenho que citar que Demétrius Ferracciú, que um dia foi meu amigo de baralho e de bons papos sobre basquete nas viagens que fizemos pelo Brasil afora, nunca recusou uma entrevista a Carlos Gomide. Nos momentos mais difíceis, ele sempre atendeu o meu repórter. Mas convenhamos, não faz mais do que sua obrigação como técnico.
Os números de Demétrius por si só dizem que seu ciclo terminou em Limeira. Em 224 jogos, ganhou 114 e perdeu 110, pouco mais de 50% de aproveitamento. Pouco por uma equipe deste porte. Espero que a diretoria pense com carinho e veja o que é melhor para o futuro da nossa equipe. Pra mim o melhor seria a troca de comando.
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