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terça-feira, 10 de julho de 2012

Texto que escrevi para o Jornal da Mulher da Gazeta de Limeira sobre as mulheres corintianas



"Corinthians do meu coração, tu és religião de janeiro a janeiro. Ser corinthiano é ir além, de ser ou não ser o primeiro. Ser corinthiano é ser também, um pouco mais brasileiro". Essa letra da canção "Corinthians do meu coração", muito bem interpretada pelo cantor Toquinho, resume o sentimento de uma nação.

O Corinthians tem uma força imensurada, uma paixão incontrolável dos seus torcedores. Imagine agora, com a conquista da tão sonhada Taça Libertadores da América, alvo de cobiça há décadas. O Timão é uma potência mundial, um exemplo a ser seguido. Uma torcida apaixonante.

Na comemoração pelo título conquistado na última quarta-feira, diante do temido Boca Juniors, a presença das mulheres no centro de Limeira chamou a atenção. E eram muitas, mesmo.

Foi o tempo em que mulher era considerado "sexo frágil". Uniformizadas e com a voz embargada de tanta emoção, as limeirenses se misturaram aos fanáticos corintianos para soltar o grito de "É campeão", entalado na garganta.

Nessa hora, elas nem se lembraram da maquiagem, do cabelo e da postura. O dia era único, a comemoração era o ponto de partida. O sonho estava concretizado. "Ufa, até que enfim somos campeões da Libertadores", diziam.

Parecia que as mulheres estavam mais felizes do que os próprios homens. Rostos pintados na multidão. Um choro gostoso, não de dor, mas de alívio, de emoção. Tudo o que estava guardado há anos no peito, toda gozação recebida calada dos torcedores rivais, toda ansiedade pela final inédita, enfim, tudo isso colocado para fora. Que gostoso, que momento mágico. Era a alegria de um povo.

Os mais velhos sempre diziam: "tudo para o Corinthians é mais difícil". E foi.

O mais interessante era quando amigas se encontravam em meio a comemoração. A histeria era inevitável. E que lindo que foi. Nem quando o Brasil conquistou a Copa do Mundo - e foram cinco no total - a euforia foi tão grande, o que comprova o tamanho dessa nação, a nação alvinegra.

No fim da festa, cansadas, mas com o sentimento do dever cumprido e de alma lavada, essas guerreiras, que realmente não se importaram com nada, apenas com a festa, estavam com lágrimas nos olhos, maquiagem toda borrada e cabelos desarrumados.

Na volta para casa, o pensamento estava longe, que ia desde a entrada do Corinthians em campo até o apito final. O grande dia havia chegado. A verdade é uma só: elas nem se lembravam que era meio de semana e que às 8h precisavam trabalhar novamente. O momento era único. O patrão que entenda essa conquista.

Que dormir, que nada. A espera por essa conquista foi angustiante e tirou o sono da maioria dos alvinegros. Demorou uma eternidade. Ah como demorou para chegar esse dia. Sendo assim, não se pode ter uma "simples comemoração". Na multidão as indiferenças eram deixadas de lado. Todos se viam apenas como corintianos, como irmãos de fé.

Teve mulher que deixou até o namorado ou o marido (palmeirense, são-paulino ou santista) em casa e correu para a praça para se juntar aos milhares de fanáticos. Nessa hora, o amor pelo Corinthians e maior que tudo e que todos.

Crianças, jovens, adultos...todos unidos por uma frase que marcou o fim de uma luta incessante por esse título, que todos os rivais já tinham em suas galerias: "Vai Corinthians!".


*** Texto - Edmar Ferreira
*** Foto - Mário Roberto

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