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domingo, 12 de fevereiro de 2012
Morre o querido Bidon, o show man
Com muita tristeza anuncio o falecimento do amigo Bidon, um dos esportistas mais folclóricos que Limeira conheceu. Foi jogador e técnico, tendo uma ligação muito forte com o Independente. Era uma espécie de "Joel Santana de Limeira".
Bidon foi encontrado morto em sua casa, em Americana, esta noite. Os bombeiros acreditam que ele morreu há três dias, porém só foi encontrado hoje. Em breve trarei mais detalhes, como horário de sepultamento e outras coisas mais. Poxa vida, justo na véspera do dérbi.
Carreira
Como jogador profissional, o zagueiro Bidon passou por várias equipes, a maioria de ponta como Guarani de Campinas, Ponte Preta, Portuguesa e Palmeiras. Pelo interior, defendeu a Internacional de Limeira nos anos de 1961, 62 e 63 e jogou pelo XV de Piracicaba. Também vestiu as camisas de América Mineiro e Fluminense de Araguari.
Bindon brincava e dizia que "nasceu em época errada". Ele era um zagueiro estiloso, que saía para o jogo. Ele chegou a comparar seu futebol ao do zagueiro Alex Silva.
Bidon pendurou as chuteiras aos 35 anos em razão de uma lesão nos ligamentos do joelho esquerdo. Ele queria jogar mais algumas temporadas, mas para que isso acontecesse era preciso operar. Com receio da cirurgia, decidiu parar. O becão sofreu uma grave torção contra o Santos, quando defendia a Ponte Preta.
Despedida
Seu último time foi o Vasco da Gama, de Americana, em 1967. Foram 12 Campeonatos Paulistas seguidos e segundo ele, em nenhuma vez conseguiu marcar o Rei Pelé. "Eu nem dormia direito quando no dia seguinte o encontro era com o Peixe. O Negrão não era fácil e me entortava todas as vezes mesmo", brincou.
Técnico
Como o futebol continuava em seu sangue, Bidon tratou de iniciar a carreira como treinador. Seu primeiro desafio foi no próprio Vasquinho, de Americana, hoje Rio Branco, time integrante da Série A-2. Grêmio Sãocarlense, São Paulo de Campo Belo e Noroeste foram suas outras passagens.
No Independente ele foi um "show de mídia" à parte. Ele carregava consigo o slogan "A estrela do Bidon vai brilhar". Com seu jeito folclórico de ser, carregou multidões para os jogos do Galo.
Ele chegou a andar em um elefante - emprestado de um circo - no centro da cidade para divulgar um jogo decisivo do Independente. Ele gostava de estar ao lado da massa e por isso, marcou para sempre seu nome no futebol limeirense. Quando visitava Limeira, era sempre reconhecido e abraçado por todos.
Títulos
O que Bidon realmente sentia falta na carreira era de títulos. Ele mesmo conta que foi um zagueiro competente, porém sem sorte. Por onde passou fez um bom trabalho, mas as equipes não decidiam títulos. Ele foi ser vice-campeão catarinense da Primeira Divisão pelo Marcílio Dias como treinador em 1980, apenas isso.
Apelido
Até hoje as pessoas perguntam de onde surgiu o apelido Bidon. O autor foi o repórter Mário Pontes Beline, da Rádio Educadora de Campinas.
"Minha avó era do lado dos aztecas e adorava colocar nomes esquisitos nos integrantes da nossa família. Eu, por exemplo, ganhei de herança o nome de Abdenur, que significa o Deus do Sol no Líbano. Em princípio, pensei até em usar esse nome na carreira, mas os narradores e repórteres de Campinas não conseguiam acertar a pronúncia. Em uma dessas viagens com o Guarani, o Mário Pontes sentou ao meu lado e me intimou, dizendo que não falaria mais Abdenur e sim Bidon. De onde ele tirou esse apelido eu não sei, mas a verdade é que pegou. Hoje ninguém me conhece por Luís Carlos Pedro", confidenciou em uma entrevista dada a Gazeta de Limeira.
Família
Bidon era viúvo e palmeirense. Seu filho Danilo é jogador de futebol. A mais velha é Cristina, que trabalha na Prefeitura. O outro é o veterinário Vítor. Mas quem puxou o lado humorístico do treinador foi seu filho Ricardo, o "Bidonzinho", que sempre teve sucesso na televisão limeirense com suas brincadeiras, sempre regadas de muito profissionalismo.
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