Paciência. Muita paciência. Esse é o pedido que o técnico Geninho fez para a torcida da Internacional. O "Leãozinho" estreia sábado na Copa São Paulo de Juniores diante do Botafogo/PB, às 17h30, no Limeirão.
O treinador vem enfrentando inúmeros problemas e decidiu expor para a torcida. Para começar, os jogadores do time profissional, com idade de participar da Copinha, cobraram da diretoria dois meses de salários atrasados. Ameaçaram até não disputar a competição se um acerto não fosse feito. Alguns chegaram até a arrumar as malas para ir embora.
Com as reformas do Limeirão, a Internacional não conseguiu treinar sequer uma vez no local dos jogos da Copinha. Os treinamentos foram realizados no Limeira FC, com dimensões menores.
Mas se tem uma coisa que vem realmente tirando o sono do técnico Geninho é o preparo físico dos jogadores. Como a Internacional não participou da Copa Paulista no segundo semestre, Leonardo, Matheus Mima, Gustavo, Cauê, Cesinha e Léo Izeppe ficaram sete meses sem jogar.
"Por mais que temos um preparador físico como o Pitanga, que é bastante experiente, ele não faz milagre. Nosso time está bem abaixo. A maioria começou a treinar no começo deste mês. Não será nada fácil", justificou.
Geninho acredita que a Internacional só terá sucesso nessa Copa São Paulo se conseguir colocar em campo a palavra superação.
"A estreia por si só já é complicada. Existe a ansiedade, a expectativa do torcedor e a obrigação de vencer. Talvez aguentaremos bem o primeiro tempo e sentiremos na etapa complementar. A torcida precisa saber disso. Não pode ir ao Limeirão para cobrar esses meninos. Eles vão precisar de muito apoio", comentou.
Essa é a terceira Copinha de Geninho à frente da Inter, mas segundo ele, a de maior dificuldade.
"Na Copinha do começo deste ano peguei uma base pronta, que tinha acabado de disputar a Copa Paulista. Passamos bem da primeira fase e caímos diante do São Caetano. Isso porque mais da metade do meu elenco sofreu com virose. Agora não, peguei uma base sem preparo físico, com problemas de salários, sem poder treinar no Limeirão e sem expectativa de futuro. Se coloque no meu lugar", explicou.
Para chegar a segunda fase, a Inter teria que vencer Botafogo e Bragantino e torcer para que o Corinthians também vença os dois.
"Se isso acontecer, na quarta-feira a gente joga fechadinho contra o campeão paulista e tenta não ser goleado. Temos que ser realistas. Para se ter uma ideia, meus dois zagueiros são do Sub-17", completou. No regulamento deste ano, os dois primeiros colocados de cada grupo avançam de fase.
Carreira
Eugênio Cardinalli Neto nasceu em Piracicaba no dia 12/04/1964. É casado há 24 anos com Patrícia e tem duas filhas, Maria Eduarda, de 22 anos e Maria Eugênia, de 17.
Foi meia do XV de Piracicaba, Velo Clube, Ponte Preta, União São João e Oyama. Jogou duas temporadas no time japonês, em 1995 e 96, encerrando sua carreira.
Depois, virou preparador físico em 1998, começando no XV de Piracicaba. Por seis anos trabalhou no União São João de Araras. Virou nômade da bola, passando por Francana, Corinthians/AL, CRB, ASA, Atlético Sorocaba (três anos), Rio Claro (quatro anos), São Bento, Icasa, Ipiranga/RS e Velo Clube.
Após um convite de Osmar Cetim, virou técnico da base na Internacional e auxiliar do profissional, onde disputou sua primeira Copa São Paulo. Foi com Paulo Cezar Catanoce para o São Caetano. Voltou para a Inter após trabalhar no São Carlos. Para 2016, tem duas boas propostas de trabalho.
