Acho um absurdo o que a imprensa e a torcida do Fluminense estão fazendo com o goleiro Rafael, ex-Internacional de Limeira. Ele foi apontado como o principal responsável pela goleada sofrida pelo time carioca em Quito, no Equador, na primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra a LDU. Eu assisti o jogo inteiro na quarta-feira e achei que o arqueiro falhou apenas no gol de cabeça do time equatoriano, marcado pelo artilheiro Edson Mendez, aliás autor de 3 gols no encontro.
Gente do céu, os outros gols foram verdadeiros mísseis. Podia colocar dois goleiros que mesmo assim aquelas pancadas entrariam. Além dos equatorianos chutarem forte demais, a bola vem para o gol numa velocidade absurda em razão da altitude de 2.850 metros acima do mar. Não há goleiro que consiga evitar. O repórter César Roberto, da Rádio Educadora de Limeira 1020 AM, de quem admiro demais, chegou até a dizer que Rafael não exerga de noite. Brincadeira!
Ontem, até o preparador de goleiros do Fluminense, Vítor Hugo, saiu em defesa de Rafael, culpando a altitude. Pode reparar, é muito comum na Bolívia esses chutes de fora da área entrarem. É a principal arma de quem joga nessa situação. A Argentina tomou 6 na Bolívia e o River Plate do Uruguai apanhou de 7 da LDU pelas semifinais no Equador. Não adianta apontar culpados agora, o Fluminense perderia de goleada de qualquer jeito em Quito, mesmo jogando um bom futebol. No Estádio Casa Blanca eles são simplesmente imbatíveis.
Não podemos esquecer que até agora Rafael vem sendo um dos principais responsáveis pela reação fulminante do Fluminense no Campeonato Brasileiro, fazendo defesas importantes e garantindo resultados expressivos. Era mais ponderável elogiar o arqueiro do que criticá-lo nesse momento de decepção nas Laranjeiras.
É perigoso até o time de Cuca não vencer o Vitória, amanhã no Maracanã, pois o ambiente alegre e descontraído das últimas semanas (13 jogos invictos) foi trocado por um clima tenso, de preocupação e principalmente de ansiedade.