Testada no Mundial de Clubes de Doha, no Qatar, no mês passado, a polêmica Golden Fórmula (conjunto de regras criado para dar mais volume de jogo ao vôlei) não atingiu as metas propostas pelos seus criadores. Essa informação é da repórter Mariana Bastos, da Folha de São Paulo. Com isso, a possibilidade de torná-la oficial deve ser descartada pela Federação Internacional de Vôlei.
Resumindo, o objetivo era dar mais ralis nas partidas, aumentando para 51% a incidência de pontos obtidos em contra-ataques. Mas, em um relatório produzido a partir das estatísticas do Mundial de Clubes, o percentual médio não chegou nem perto: só 29% dos pontos surgiram após ralis. Nos jogos disputados sem a Golden Formula, 26% dos pontos, em média, vêm de contra-ataques. O tempo de bola em jogo em cada ponto permaneceu praticamente o mesmo: a média subiu de 6s28 para 6s65.
O aumento é pouco significativo se forem consideradas as mudanças profundas promovidas pela introdução das novas normas, algo que irritou jogadores e técnicos, sobretudo aqueles que foram ao Mundial.
Segundo a Golden Formula, o primeiro ataque após cada saque só pode ser feito por um jogador que saltar do fundo da quadra, antes da linha dos três metros. Isso, contudo, só vale para o terceiro toque da equipe que estiver na recepção. Em outras palavras, será permitido, por exemplo, que um levantador ataque no segundo toque. Os jogadores do fundo acabam sobrecarregados e os centrais perdem sua função no primeiro ataque.
O representante brasileiro no Mundial, o Florianópolis, foi um dos que mais criticaram a Golden Formula. Apesar de ostentar o tricampeonato da Superliga, a equipe brasileira não passou da primeira fase do torneio.