Sem apresentar grandes contratações nesta temporada, a Internacional estreou praticamente com seu time base de 2011 em Osvaldo Cruz, ontem à tarde, e obteve sua primeira vitória na competição. Em grande estilo.
Desde os primeiros minutos a superioridade leonina foi evidente, muito pelo fato de o Azulão ter sido montado há menos de um mês. A única jogada disponível no repertório do time local era o chutão para alcançar o atacante Toddy, porém, na primeira fase, o posicionamento do miolo de zaga foi impecável, inibindo as poucas aparições da bola.
Por outro lado, se a Inter era mais entrosada, dependeu demais na primeira etapa de Lucas Lima, acionado em quase todos os lances. O meia Rodney, ótimo no desarme, carece de maior personalidade para auxiliar seu companheiro e isso acaba sobrecarregando o armador leonino, que tem que fazer variações no gramado para fugir na marcação. Na partida de ontem, ora encostando em Ray, ora em Biselli.
Aliás, através de Biselli a Internacional conseguiu suas principais arrancadas na etapa inicial. A primeira delas surgiu aos cinco minutos, depois dele construir jogada frente o zagueiro Fabio Bahia e driblado duas vezes, uma das quais por entre suas pernas.
O atacante Ray, do outro lado, não perdeu uma de suas manias da última temporada, qual seja, reclamar demais. Logo aos sete minutos ele discutiu com o auxiliar e recebeu o primeiro cartão amarelo de 2012.
No mais, fez apenas duas boas jogadas na primeira etapa. Um chute de bico aos nove minutos e uma enfiada para a grande área, depois de conduzir o lance até a linha de fundo, quando Biselli e Diego Carioca chegaram atrasados, aos 33 de bola rolando.
O Osvaldo Cruz apenas conseguiu equilibrar as ações após a chamada parada técnica, aos vinte, mesmo assim abusando dos cruzamentos para a grande área. O lance de maior perigo aconteceu aos 23 minutos. O goleiro leonino Fagner rebateu um chute de Felipe Maranhão e, na sequência, o atacante Thiaguinho chutou fraco, facilitando a defesa.
Segundo Tempo
O técnico Lelo não alterou a Inter durante o intervalo, mas fez melhor: corrigiu o posicionamento de seus atacantes. Diego Carioca fora deslocado pelo setor direito e Ray permaneceu na cabeça do ataque e assim, logo aos dois minutos, sairia a abertura do placar. Lucas Biselli enxergou a penetração de Carioca e mandou uma bola açucarada pela direita. O atacante leonino invadiu a área e chutou a meia altura, vencendo o goleiro Dida.
A vantagem desconcertou o Azulão, que sentiu o revés. Tanto que, cinco minutos tarde, a Internacional se aproveitou para ampliar. Mais uma vez em contra-ataque, desta vez Diego Carioca recolheu a bola espirrada no setor de intermediária e avançou em velocidade, sem marcação. Ao perceber a saída do goleiro Dida, bateu forte, cruzado, fazendo 2 a 0.
A vantagem tranqüilizou de vez o alvinegro limeirense, fato que motivou o técnico Lelo a promover a estreia de Fernando Russi aos 15 minutos. Ele substituiu Ray, entretanto, nos trinta minutos que esteve em campo, pouco produziu, chegando a perder um gol incrível aos 42 da etapa final. Ao receber cruzamento de Anderson Preto, na marca de pênalti, sozinho, conseguiu chutar sobre o travessão.
O Osvaldo Cruz, desmontado com a marcação do segundo gol, seria presa fácil nos contra-ataques. Seria uma questão de tempo para pintar o terceiro e o gol não poderia acontecer de maneira mais bonita. Lucas Lima conduziu a bola pela intermediária ofensiva e, ao avançar pelo bico esquerdo da grande área deu um passe para trás, encontrando Diego Carioca. A triangulação foi perfeita porque Lucas Biselli, que acompanhava a jogada, recebeu um toque de primeira e, também sem ajeitar, deu um toque sutil contra as metas de Dida, bem no canto esquerdo.
Com o resultado nas mãos a Veterana passou a administrar a vantagem, atuando mais em seu sistema defensivo contra uma equipe sem qualquer criatividade e disposição. Ainda sobrou tempo para Lucas Lima esbanjar categoria, dando um drible desconcertante no zagueiro Fabio Bahia, sem bola.
Evidente, a Inter ainda carece de laterais mais eficientes, e mais um armador porque continua a depender exclusivamente de Lucas Lima, porém, descontado o nervosismo de uma estreia, o resultado em Osvaldo Cruz dá motivos ao torcedor comparecer otimista na próxima quarta-feira no Limeirão.
Com a vitória, a Inter devolve exatamente os 3 a 0 sofrido em 2009, na abertura também de uma A-3. Quarta-feira, às 20h30, o adversário será a Francana, no Limeirão.
Ficha Técnica
Osvaldo Cruz 0 x 3 Internacional
Gols - Diego Carioca aos 2 e aos 7, Lucas Biselli aos 22, todos na etapa final (IN).
Local - Estádio Breno Ribeiro do Val, em Osvaldo Cruz
Árbitro - Rafael Emílio Acerra
Auxiliares - Frederico Andrade Silva e Filho e Luciana da Silva Ramos.
Público - 846 pagantes
Internacional - Fagner; Serginho, Cazone, bruno Itapagipe e Paulo Henrique; Ricardo, Rodnei, Diego Carioca (Fábio) e Lucas Lima; Ray (Fernando Russi) e Lucas Biselli (Anderson Preto). Técnico - Lelo.
Osvaldo Cruz - Dida; Felipe (Denilson), Fábio Bahia, Pablo e John Lenon; Anderson, Felipe Suribin, Felipe Marinho (Fernandinho); Thiaguinho, Toddy e Bruno Andrade. Técnico - Play Freitas.
*** Texto e fotos de Roberto Lucato
