Antes de começar o jogo de sábado no Limeirão, o repórter Denis Suidedos ouviu o técnico Lelo. A pergunta não poderia ser outra: “o que a Inter precisa mudar em relação as quatro derrotas seguidas que sofreu?”. A resposta foi curta e objetiva: “o placar”.
E foi realmente o que aconteceu, pois a Inter voltou a perder gols feitos, mas desta vez venceu a Itapirense por 1 a 0. Placar magro, mas suficiente para devolver a tranqüilidade ao elenco, colocando novamente o alvinegro no páreo pela classificação na Série A-3 do Campeonato Paulista, após oito rodadas.
A Itapirense, que chegou a vencer o Juventus e o Independente fora de casa, desta vez não incomodou, tanto é verdade, que o goleiro Fagner não fez uma defesa sequer na partida, tornando-se um mero espectador. Muito desse fato se deve a ausência do bom camisa 10 Uanderson, vetado pelo departamento médico.
A Inter poderia ter aberto o placar logo no primeiro minuto. Lucas Lima viu a entrada de Fernando Russi na área e fez a assistência perfeita. A zaga do time de Itapira fez a chamada “linha burra”, mas o atacante chutou forte, por cima do gol.
A Inter queria logo sair na frente, mas a trave evitou o gol de falta de Lucas Lima aos 9 minutos. O goleiro Adnan, aquele que sofreu o primeiro gol de Rogério Ceni em sua carreira, chegou a tocar na bola.
Além da retranca da Itapirense, os leoninos tiveram um outro adversário pela frente, muito mais difícil por sinal: o dilúvio. Choveu e ventou demais no Limeirão. O gramado encharcado impediu que as jogadas ofensivas fluíssem com mais intensidade.
A Inter esbarrava na forte marcação e no jogo faltoso do zagueiro Maurício, que poderia muito bem ter sido expulso pelo árbitro pela seqüência de faltas, em especial no atacante Ray, que não conseguia criar.
Aos 41 minutos, Fernando Russi provou que realmente precisa se benzer. Ele aproveitou uma sobra na disputa de Ray na grande área e soltou um tiro forte no canto esquerdo de Adnan. O arqueiro da Itapirense fez um milagre, desviando à escanteio.
A Inter voltou melhor para o segundo tempo. A chuva foi embora e o bom futebol apareceu. O meia Diego Carioca, que fez uma atuação tímida na primeira etapa, cresceu na etapa complementar, chamando para si a responsabilidade.
Em cinco minutos, Diego Carioca deu um enorme trabalho a Itapirense. Em duas vezes, driblou a defesa inteira do rival, porém chutou fraco, facilitando a vida de Adnan.
A torcida leonina começou a ficar apreensiva a partir dos 11 minutos. Foi quando Serginho, que no sábado atuou como volante (quando chegou a Inter jogava nessa posição) tabelou com Lucas Lima e saiu na cara do gol. Ele tocou na saída de Adnan e a bola caprichosamente não entrou. Na cabeça do torcedor, os últimos quatro jogos e o caminhão de gols perdidos.
A Inter explorava também o jogo aéreo. Aos 15, até o zagueiro Cazone foi para área tentar resolver. Ele aproveitou a sobra de um escanteio e, mesmo caído, exigiu boa defesa de Adnan, que mandou à escanteio.
O gol era uma questão de tempo. Aos 16 minutos, novo escanteio e após outro rebote da defesa, Diego Carioca soltou um “tubaço” da entrada da área. Adnan soltou nos pés de Ray, que ao tentar finalizar, foi empurrado por Romarinho. Pênalti bem marcado pelo árbitro Marcos Matheus Pereira. O mesmo Ray se encarregou da cobrança, deslocando o goleiro da Itapirense e marcando seu terceiro gol na competição. Inter 1 a 0.
A maior prova de que Lelo tem o carinho dos leoninos, é que todos os jogadores em campo foram comemorar com o treinador no banco de reservas.
Após o gol, a Inter diminuiu seu ritmo ofensivo. A preocupação era não sofrer o empate. Sentindo a queda de rendimento do Leão, a Itapirense foi para cima. O técnico Carlos Rossi colocou Bruno no ataque e sua equipe passou a criar boas chances.
Lelo por sua vez, tratou de fechar a Inter, sacando Fernando Russi, que completou 587 minutos sem balançar a rede, Ray e Diego Carioca. Apenas Giovane ficou na frente, com Júnior e Claudemir reforçando a defesa.
Mesmo assim, a Itapirense quase empatou. Aos 43 minutos, Romarinho cruzou da esquerda, Bruno aparou e rolou para Veloso, que acertou uma bomba na trave de Fágner.
Os minutos finais foram tensos, dramáticos. A Inter estava toda encolhida e a Itapirense alçava uma bola atrás da outra para a área. Sem contar as duas faltas que teve ao seu favor pela meia-direita, que Fagner saiu bem em ambas.
Aos 48 minutos, Serginho deu um carrinho em Maurício na saída de jogo e ficou cara-a-cara com Adnan. Faltou caprichar um pouco mais, pois o ala teve a chance de definir a partida, porém finalizou à esquerda do gol.
Com o apito final, todos os leoninos se abraçaram em campo. É um indício de que uma reação daquelas virá de agora em diante. Fim também de um tabu. Nunca a Inter tinha vencido a Itapirense no Limeirão.
Na quarta-feira o adversário será o Juventus, às 15h, na Rua Javarei. Para essa partida, Lelo não poderá contar com o zagueiro Cazone, com o ala Paulo Henrique e com o meia Lucas Lima, todos suspensos pelo terceiro cartão amarelo.
Ficha Técnica
Internacional 1 x 0 Itapirense
Gol - Ray, de pênalti, aos 18 minutos do 2º tempo (IN)
Local - Limeirão
Árbitro - Marcos Matheus Pereira
Auxiliares - Vanderlei Florentino de Lima e Alessandro da Mata Lemos
Público - 278 pagantes
Renda - R$ 2.255,00
Internacional - Fagner; Fábio, Cazone, Bruno Itapagipe e Paulo Henrique; Anderson Preto, Serginho, Diego Carioca (Júnior) e Lucas Lima; Ray (Claudemir) e Fernando Russi (Giovane). Técnico - Lelo.
Itapirense - Adnan; Jabá, Eduardo, Odirlei e Maurício; Ronaldo, Gabriel (Romarinho), Veiga e Índio; Elton (Bruno) e Wallace (Velloso). Técnico - Carlos Rossi.
Ocorrências - cartões amarelos para Paulo Henrique (3º), Cazone (3º), Lucas Lima (3º), Júnior, Ray e Fernando Russi (IN); Maurício, Índio e Bruno (ITA).
*** Fotos JB Anthero
