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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Próximo de fechar parceria, Independente completa 67 anos, não tendo o que comemorar


Nasceu pobre, sem fama e sem glória. Essa frase dá início ao hino do Independente FC, que hoje completa 67 anos. Mas o torcedor não tem muito o que comemorar, afinal de contas, as temporadas 2008 e 2009 precisam ser esquecidas. Com campanhas desastrosas, o Galo da Vila Esteves foi rebaixado para a última divisão do futebol paulista e não conseguiu mais retornar para a A-3, depois de oito anos como integrante fixo da Série A-3.

Todos dizem que o Independente tem mais torcida do que a própria Internacional. Um dos exemplos de paixão pelo Galo foi a final da Copa Energil C de 2007, quando 7 mil pagantes assistiram ao empate por 1 a 1 com o Flamengo de Guarulhos, que garantiu o título a equipe limeirense. A festa foi contagiante.

Parada no tempo

Mas o Independente parou no tempo. A saída de Claudemir Peixoto do comando simplesmente acabou com o crescimento da equipe, que tinha tudo para brigar pelo acesso em 2008. O atual presidente Marcelo de Assis, que na época estava debutando no cargo, optou por Michael Robin e se deu mal. O polêmico treinador ficou apenas um jogo no comando da equipe (1 x 1 São Bernardo) e foi embora, retornando a Inter e ainda por cima, fazendo juras de amor, machucando os fanáticos galistas.

O rebaixamento foi inevitável. Em 2009 e em 2010 o Independente sequer passou da primeira fase da Segundona, fazendo campanhas medíocres e entristecendo ainda mais seus torcedores, que aos poucos foram se afastando do Pradão, com exceção dos mais fanáticos, como por exemplo os integrantes da Guerreiros da Nação Galista. No ano passado, além de perder a maioria dos jogos que disputou, o alvinegro ainda sucumbiu diante da rival Internacional, perdendo no Pradão por 1 a 0 e no Limeirão por 3 a 0. Foi a vingança do Leão, que tinha perdido os dois dérbis da Copa Energil C.

A volta do presidente

Marcelo de Assis voltou e com ele a promessa de "devolver o Galo de onde ele tirou", ou seja, da Série A-3. A Segundona começará apenas em maio, mas nos próximos dias o presidente deverá acertar uma parceria para o clube. Existem dois grupos interessados em assumir o Galo. Um deles é formado por empresários de Piracicaba, do ramo da cana-de-açúcar. O outro, apontado como mais forte e mais provável, é de Brasília. Esses empresários do Distrito Federal estariam ajudando outras equipes do interior paulista. Assis sabe que não pode errar e que o Independente não pode mais continuar agonizando na última divisão do futebol paulista. Esse seria o maior presente a esse tradicional clube do Estado de São Paulo.

Surgimento do Independente

Em 19 de janeiro de 1944 um grupo de amigos se reuniu na fábrica "jacazinhos" em Vila Esteves para discutir a fusão de dois times de futebol que existiam no bairro, o São Paulo FC e o Guarani FC. Depois de muita conversa, ficou decidido que se chamaria Independente Futebol Clube, por sugestão de João dos Santos. Seu primeiro presidente foi Luiz Augusto Redondano. Sucederam-se grandes conquistas até o profissionalismo em 1972. O primeiro jogo foi Independente 1 x 0 Bragantino, no Pradão.

Nesses anos de profissionalismo, muitos ídolos passaram pelo clube, entre eles Sormani, Nestor, Dadona, Américo, Tute, Careca, Beto, João Ferraz, Candian, Bassinho e muitos outros.
Até 1958, o Independente era considerado um time de várzea e durante esse período, muitas foram as suas conquistas. Nessa época o clube também conseguiu seu primeiro campo de futebol, em um terreno bastante acidentado na saída da Barroca Funda, cedido por seu proprietário.

Galo é o mascote

Foi nesse campo que surgiu o apelido de Galo, por dois motivos. O primeiro, por seu uniforme ser idêntico ao do Atlético Mineiro, que tem o Galo como mascote. O outro é por ter enfrentado os grandes bichos-papões de Limeira como Sete de Setembro, América, Estudantes, Cruzeiro, Prada, Flamengo, Máquina São Paulo, entre outras. Assim surgia o Galo da Vila Esteves, grande campeão enquanto varzeano e depois como profissional, um dos grandes nomes do futebol paulista.

Entre os títulos memoráveis da era moderna, destaque para a conquista da Série B1-A de 1999. Sob o comando de Edson Só e com a parceria com a Robe, o Galo disputou 34 jogos, vencendo 23, empatando 10 e perdendo um único jogo - para o Palestra em São Bernardo do Campo. Foram 71 gols pró e 24 contra, saldo de 47, ou seja, dos 102 pontos em disputa a equipe limeirense faturou 79, tendo Negretti como principal artilheiro com 24 gols. No mesmo ano, o Independente participou pela primeira vez de uma Copa São Paulo de Juniores.

Sonhos e mais sonhos

Existia o sonho da empresa fazer uma cativa no local onde estão as cabines de imprensa, mas a parceria chegou ao fim antes do sonho concretizado. O Galo se tornou um clube empresa com a chegada de Luiz Carlos Gomes, mas a parceria virou um pé de guerra. Com a chegada de novos parceiros, o torcedor voltou a acreditar. Casa do Atleta e vestiários foram reformados e um bom time foi formado.

Pena que depois do título da Copa Energil C, o Independente se perdeu nos bastidores, acabando com aquele time vitorioso, começando pela demissão do técnico Claudemir Peixoto. O resultado foi o rebaixamento para a Segundona, última divisão do futebol paulista.