Gustavo Podence Freitas, o "Montanha", viaja para Mantova, na Itália, no dia 8 de setembro
Ele tem 28 anos (28/10/1986) e um conhecimento acima da média de basquete. Fala o inglês fluentemente e está pronto para assumir uma equipe europeia. Gustavo Podence de Freitas, o "Montanha", viaja no dia 8 de setembro para Mantova, na Itália.
Três equipes, uma da Dinamarca, outra da Espanha e uma do próprio "país da bota" se interessaram no trabalho do treinador.
Nascido em Rio Claro, mas com uma forte ligação com o Nosso Clube, Montanha tem uma vida toda dedicada ao basquete.
Como jogador, foi formado pelos técnicos Wagnão (Sesi), Villa (Puríssimo) e Marcelo Tamião em Rio Claro. Media 1m90 na categoria de base e por isso, atraía os olhares de várias equipes brasileiras.
Mas a dona Marivone, sua mãe, era "duro na queda" e dificultava sua transferência. Na verdade ela queria o filho bem próximo. Desta forma, Montanha, apelido que ganhou justamente por conta de sua altura, rodou apenas na região.
Defendeu o Cristóvão Colombo, de Piracicaba, onde foi eleito o melhor pivô do Estado e veio parar em Limeira em 2001, exatamente no primeiro ano da Winner/Limeira.
"Fiz parte do primeiro time juvenil da Winner. Joguei junto com o Daniel Alemão, Labbate, Bruno Camargo, Edmar, entre outros. Meu pai Sérgio que me levava nos treinos. Por ser pertinho de Rio Claro, minha mãe não reclamava. Fui bem e escolhido o melhor ala/pivô do interior", sorriu. Nesse período, Montanha foi convocado para a Seleção Paulista e ganhou o título do Campeonato Brasileiro, de forma invicta.
Em 2003, Gustavo foi para o Regatas, de Campinas, jogar o juvenil e o adulto. Foi campeão dos Jogos Regionais, vice dos Jogos Abertos e 3º no Campeonato Paulista Sub-19.
Em 2004, foi para o XV de Piracicaba, que tinha acabado de subir para a 1ª Divisão. Retornou a Rio Claro, onde chegou a ser comandado pelo técnico Guerrinha, hoje em Bauru. Em seguida se transferiu para Araras, onde atuou e fez faculdade de educação física.
Nosso Clube
Em 2006, Montanha recebeu um convite para trabalhar nas divisões de base do Nosso Clube. Antes de aceitar, consultou os amigos Jece Leite e Camargo, que o incentivaram a assumir o desafio.
E o namoro entre o professor rio-clarense e o clube limeirense deu tanto certo, que foram oito anos e muitas conquistas.
"Ganhamos mais de 10 títulos regionais. Disputamos mais de seis finais do Estado. Conquistamos mais de seis títulos do interior. Por dez vezes fui escolhido o melhor técnico. No Encontro Sul-Americano, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul ganhamos o título e fui eleito o melhor técnico. Enfim, fui muito feliz nessa minha passagem por Limeira", recordou.
Nesse período em Limeira, Montanha levou mais de 20 garotos da cidade para participar de intercâmbios nos Estados Unidos. Eram os chamados "Camp's", ou seja, os acampamentos de atletas. Dentro de um mês, os visitantes respiravam basquete 24 horas por dia.
Gustavo participou de quatro deles, em diferentes lugares. Um deles inclusive na famosa universidade de Duke, com o famoso "Coach K", cinco vezes campeão universitário e técnico da seleção americana adulta.
NOS EUA
Sua forma de lidar com os alunos e seu conhecimento no basquete lhe renderam um convite para trabalhar nos EUA. Montanha foi procurado pela empresa Score Academy, ligada a escola Word Of God para treinar alunos da High School e Prep School.
Teve carta branca para recrutar talentos por todo o mundo. "Consegui garotos da Espanha, do Chile, da República Dominicana e até da Colômbia. De Limeira levei o Vítor Araújo, o Leonardo Ponzo e o Paulão. Dos três, Paulão foi o que mais se destacou. Tem três propostas de clubes, mas deve estudar e jogar em Illinois, perto de Chicago", frisou.
No período em que trabalhou nos EUA, Montanha esteve ao lado da esposa Giovana Violatti Camargo. Juntos há cinco anos, a limeirense integrava a parte administrativa da escola.
Quando seu contrato terminou na Word Of God, Montanha foi procurado por um espanhol, irmão de um de seus jogadores.
"Ele assessora um agente de basquete europeu. Ele gostou tanto do trabalho que fiz com o irmão dele que me indicou para esse agente. Mas era preciso conseguir a cidadania italiana para ter livre acesso na União Europeia. Enquanto arrumava toda papelada, esse agente agendou três entrevistas para mim. É por isso viajo no próximo mês para a Europa, para definir meu futuro. Espero que acerte com uma das equipes", explicou.
Paralelamente ao basquete, o treinador montou uma empresa, a New Sports Network, de assessoria esportiva. No site ele explica como estudar e jogar nos EUA.
