*** Por Roberto Lucato
Em tarde impecável, a Internacional provou, ontem em São Paulo, ter condições de melhorar ainda mais e avançar no Campeonato Paulista da Série A-3. Depois de uma estreia desastrosa, uma vitória pouco convincente e uma derrota inesperada no Limeirão, a Veterana foi a Rua Javari para superar seus próprios fantasmas. O Cotia pagou o preço.
Muitas reuniões aconteceram desde o último sábado, e o técnico Paulo Cezar Catanoce e seus jogadores pareciam ter celebrado um novo pacto. Desde os primeiros minutos o time apresentou grande intensidade na marcação, porém, no campo adversário.
Embora se pudesse crer que o Cotia, mandante, assumisse a responsabilidade pela vitória, a Inter demonstrou personalidade desde o apito inicial, quando todo o banco de reservas ficou em pé em solidariedade aos titulares. E foi assim, diposta e ofensiva, que a Inter começou a se impor no gramado.
É verdade que a primeira oportunidade perigosa pertenceu ao Cotia, quando o rápido atacante Muller invadiu a área e arriscou contra Carlos Carioca. Até os 25 minutos, mesmo se defendendo bem, o Leão teve que interceptar quatro tiros esquinados, construídos em ataques pelas laterais do gramado.
Na zaga, porém, Mateus e Doni estavam impecáveis, protegidos pelo primero combate perfeito de Misael, posicionado à frente. O Cotia desperdiçaria dois importantes ataques, ambos com Muller de cabeça, que merecem registro. Aos 34 e 36 minutos, o centroavante recebeu bolas açucaradas de Carlinhos, mas desviou mal.
O lateral Goiano, que seria um dos principais personagens do jogo, pouco antes deste lance foi o responsável pela primeira chance da alvinegra, arriscando de fora da área e levando perigo ao goleiro Mano.
Quando tudo parecia caminhar para o zero a zero no intervalo de jogo, eis que Marcinho se pocicionou para a cobrança de um tiro esquinado e encontrou o lateral Cleber Luís sem qualquer marcação. Ele empurrou rasteiro, Cleber recebeu e, do bico esquerdo da grande área chutou cruzado. O chute saiu mascado, mas encontrou as redes de Mano em seu poste esquerdo: 1 x 0. O Cotia só não empatou porque Carlos Carioca, em lance agudo, mandou para escanteio um chute à queima-roupa de Cristiano.
Inteligente, o técnico Catanoce não promoveu alterações na segunda etapa. Quis prestigiar o bom comportamento de seus comandados e, como era de esperar, o Cotia buscou o gol de empate desde o reinício de jogo. Porém, aos seis minutos, Dudu jogou água fria nos adversários. Ao receber um lançamento de Goiano, que ganhou duas disputas de bola em sequência, ele experimentou contra Mano, com o pé esquerdo. A bola tirou tinta da trave.
A Inter não perdia a disposição e não havia bola perdida, tanto é que, embora a partida fosse equilibrada, em determinados momentos era difícil a um jogador do Cotia encontrar um companheiro livre de marcação. Catanoce promoveu sua primeira substituição aos 10 minutos, colocando Paulo Santos no lugar de Marcinho, que estava bem na partida. Com isso a Inter ficou mais vulnerável na marcação, mas logo se acertaria em campo.
Com a entrada de Diego para assumir o papel de lateral direito, Goiano foi para o meio campo e reorganizou a Inter. A partida continuava movimentada até que aos 39 minutos, Paulo Santos recebeu um passe de Dudu e, com categoria, encontrou espaço para chutar e fazer 2 a 0.
Mas o melhor ainda estava para acontecer. Goiano seria premiado com um gol espírita aos 45, depois de receber a cobrança de um escateio curto. Ele chutou e a bola encobriu Mano, decretando números finais ao espetáculo. A Inter se recupera na competição e está mais viva do que nunca para enfrentar o rival Independente neste sábado, às 16 horas, no Limeirão.
FICHA TÉCNICA
Cotia 0 x 3 Inter de Limeira
COTIA: Mano; Carlinhos, Juliano, Fábio e Daniel; Jonatas (Dú), Cristiano, Gustavo Lima (Marcos Paulista) e Adriano Camilo (Alexandre); Muller e Douglas Santana. Técnico: Wantuil Rodrigues.
INTERNACIONAL: Carlos Carioca; Goiano, Mateus, Doni e Cleber Luís (Paulão); Misael, Azul, Bruno Sá (Diego) e Macinho (Paulo Santos); Rodrigo Hote e Dudu. Técnico: Paulo Cezar Catanoce.
Arbitragem: Amur Castanheira Gomes Davi Oliveira, auxiliado por Ricardo Ferreira da Cruz e Paulo Roberto Guiati.
Gols: Cléber aos 38 1-T, Paulo Santos aos 39 e Goiano aos 45 2-T.
