A Internacional fará sua estreia na Copa São Paulo de Juniores no próximo domingo, quando enfrentará o Mogi Mirim, às 14h, no Estádio Major José Levy Sobrinho. No jogo de fundo, marcado para as 16h, o favorito Internacional/RS pegará o Pernambucano. A entrada é franca e a expectativa é para um bom público.
O técnico Betão Alcântara anda preocupado e não é para menos. Além da Internacional cair em um dos grupos mais forte da competição, o treinador não conseguiu as peças de reposição que gostaria, já que perdeu boa parte dos titulares que disputaram o Campeonato Paulista Sub-20 por estouro da idade. O treinador nos recebeu no Limeirão e contou detalhes da preparação do "Leãozinho".
Pingue-Pongue com Betão Alcântara
Gazeta - A Inter está preparada para sua estreia na Copa São Paulo?
Betão - Nosso trabalho começou em abril com o time Sub-20. Priorizamos os Jogos Regionais de Atibaia, onde fomos medalha de ouro, e o Campeonato Paulista da categoria, onde chegamos até a segunda fase. Começamos a focar a Copa São Paulo apenas na segunda quinzena de novembro, quando Limeira foi confirmada como sede. Confesso que não consegui as peças de reposição necessárias, já que perdemos jogadores importantes que não têm idade para a competição.
Gazeta - O que significa a Copa São Paulo para os jogadores?
Betão - Sem dúvida alguma uma grande vitrine. É uma oportunidade única de mostrar talento para quem sabe jogar em um time grande num futuro bem próximo. Os jogos serão televisionados para o mundo inteiro e existem muitos técnicos e empresários de olho nos participantes. Acredito que na cabeça deles é como se estivessem disputando uma Copa do Mundo.
Gazeta - A Inter deu azar no grupo que caiu?
Betão - Acredito que o nosso grupo é um dos mais fortes da competição. Enfrentaremos o Mogi Mirim, o Pernambucano e o Internacional/RS. O Mogi está entalado em nossa garganta, pois acabou com nossa invencibilidade no Campeonato Paulista Sub-20, vencendo por 3 a 0, em casa. Foi uma de nossas piores apresentações no ano. No Limeirão, empatamos por 1 a 1 na estreia, mas merecíamos uma sorte melhor. O Pernambucano é desconhecido, mas todo time que vem do Nordeste se torna perigoso na copinha. Eles viajam 3 dias de ônibus e chegam com uma vontade incrível de vencer. Nesse caso, a superação dos pernambucanos acaba sendo mais um adversário para nós. Para completar, o Inter/RS dispensa comentários. É um time de tradição, que investe muito em sua base. Resumindo, não será nada fácil avançar de fase.
Gazeta - Que matemática você tem na cabeça?
Betão - Para chegarmos a segunda fase, precisaremos vencer o Mogi Mirim e o Pernambucano e ainda por cima com uma boa margem de gols. Além disso, o ideal seria empatar com o Internacional/RS na última rodada. Com 7 pontos, estaremos classificados, mas com 6, dependeremos da sorte, já que os 9 melhores segundos colocados se classificarão pelo índice técnico, deixando a fase posterior de mata-mata com 32 clubes, já que são 23 grupos.
Gazeta - Você já definiu a sua equipe para a estreia?
Betão - Ainda faltam alguns detalhes, mas a base está pronta. Ainda não defini a dupla de ataque titular. O que posso dizer é que gostei dos jogos-treinos até agora e que raça e vontade não faltarão nesta Copa São Paulo. O grupo está fechado e pronto para três grandes batalhas. Pena que não poderei contar com o Vinícius Rosa, Lucas Lima e Renatinho, que são acima da idade.
Gazeta - Quais são os jogadores da Internacional que poderão despontar nessa copinha?
Betão - Não gosto de apontar nomes para não frustrar o próprio torcedor, que poderá criar uma grande expectativa em cima deles. Mas posso citar alguns deles que vêm se sobressaindo nos treinamentos. O meia Cauê por exemplo, tem 17 anos e é a nossa jóia rara. O Luquinha é o predileto da torcida, pois sempre que entrava no Sub-20 incendiava a partida. Temos também o Rodrigo, o Wallace e o nosso capitão Claudemir.
Gazeta - Você está sendo rigoroso com os meninos?
Betão - Estou fazendo o possível para que os erros cometidos na segunda fase do Campeonato Paulista não se repitam nesta Copa São Paulo, que é uma competição de tiro curto. Estou blindando os jogadores de internet, celular, namorada, família e até de empresários. Quero todos eles focados apenas na competição. Não custa nada sacrificar duas semanas para depois ter um futuro garantido no futebol.
Gazeta - Você ainda não se conformou com a desclassificação no Sub-20?
Betão - Não mesmo. Nosso time despencou na segunda fase. Perdemos até para a Penapolense, que tinha um time horrível e que foi semifinalista. Deixamos escapar esse título que tinha tudo para ser nosso. A Inter tinha uma qualidade invejável e jogadores preparados para a conquista. Até hoje procuro ver onde erramos. O Palmeiras foi o campeão paulista, mas nosso time não perdia em nada para eles, com todo respeito aos seus atletas.
Gazeta - A torcida sempre compareceu em bom número nos jogos da Copa São Paulo realizados no Limeirão. O que você espera encontrar esse ano?
Betão - Casa cheia mais uma vez. Os jogos são atraentes e a entrada é franca. Tem muita gente de férias que adora essa competição. Só peço que a torcida leonina tenha paciência com os meninos. A cobrança em cima de um jogador profissional tem um peso bem menor do que aquela exercida sobre um menino, que cai rapidamente de produção com as vaias. Quanto mais o limeirense incentivar e empurrar o nosso time, mais condições teremos de nos classificar.
