(Romarinho e Johnathan - seu fiel escudeiro)
*** Por Denis Suidedos
Tarde de terça-feira, parte do Pradão lotado de fotógrafos, jornalistas, repórteres cinematográficos e empresários. Do outro lado do campo, sob a supervisão do preparador físico Fábio Rodrigues, todo o elenco treinava forte, longe dos holofotes, para não perder o foco dentro da competição.
Entre os atletas estava Johnathan, artilheiro do Independente com nove gols. Sempre na dele, calado e centrado, realizava exercícios de flexões quando chegamos para, com a permissão e liberação por parte da comissão técnica, conversar com o homem gol galista.
Com a fala tranquila e serena, Johnathan, de 23 anos, respondeu algumas perguntas, a fim de buscar uma afinidade maior com o torcedor.
Fale sobre sua fase na equipe?
É uma fase positiva. O grupo é bom, o time vem conseguindo os objetivos nas partidas e os gols saem naturalmente. Estamos no G-4 há várias rodadas e claro, isso nos traz uma tranquilidade enorme, pois mostra que o foco continua o mesmo desde o início.
Quais clubes você passou antes de chegar ao Independente?
Sou de Guarulhos, São Paulo. Comecei na base da Portuguesa, aos seis anos, no futebol de salão, onde passei a atuar no futebol de campo e fiquei até meus 15 anos. Inclusive atuei pela seleção brasileira da base, onde fui campeão sul-americano. Minhas atuações chamaram a atenção do Palmeiras, quando assinei e fiquei por lá durante cinco anos. Inclusive tive duas lesões sérias, onde me recuperaram bem. Depois, fui para o Corinthians, também na base, onde tinha 20 anos. Foi quando, numa parceria com o Flamengo de Guarulhos, fui emprestado e disputei a Série A-3 pelo Corvo. Foi exatamente nesse período que me lesionei gravemente, de novo, e resolvi parar, abandonar o futebol. Parei por dois anos e resolvi voltar esse ano, com o Independente.
Como foi esse contato depois de dois anos parado? Como chegou ao Independente?
Então. Estava há dois anos parado. Tinha, inclusive, outras propostas, mas recusei todas, até pelo medo de, novamente, me lesionar novamente. Já tinha definido que não atuaria mais como jogador profissional. Uma pessoa em comum entre nós (Álvaro Gaia) tentou me convencer a voltar para o esporte e, sabedor do trabalho realizado na Série A-3, resolvi aceitar e retomar minha carreira. Na pré-temporada pude mostrar um pouco do meu futebol, minhas características, e o treinador deu a oportunidade para desempenhar aquilo que eu mais gostava de fazer que fosse jogar. Foi um casamento perfeito, posso dizer assim.
E o que você fez, durante esses dois anos longe do futebol profissional?
Fiquei parado em casa. Joguei em alguns times da várzea de São Paulo, onde aprendei várias coisas. Treinava em casa, até pelas operações que fiz, tenho que sempre me manter ativo na atividade física. Cuidei também do meu filho, que na época era recém-nascido, enfim. Aproveitei o período para ficar ao lado da minha família que sempre me deu força.
Recentemente conversamos com o Lucas Xavier, seu parceiro de ataque. Disse ele que, pela idade e as dificuldades, em determinado momento, teve que escolher entre o futebol e a possibilidade de trabalhar em outro ramo, até para auxiliar a família, financeiramente falando. Você passou pelo mesmo? Houve pressão da família?
Não. Graças a Deus sou de uma família muito humilde. Graças ao futebol tive a oportunidade de estudar numa escola muito boa, que até foge dos padrões financeiros que temos. Meu pai me incentivou e incentiva a todo momento. Meu pai, inclusive, é separado da minha mãe, então tive muitas dificuldades, do tipo de não ter dinheiro para ir ao treino, para pagar condução, mas foi tudo um aprendizado e não reclamo por ter passado por isso.
Dentro do campo, como funciona? Joga no Johnathan que é caixa?
[Risos]. Na dificuldade os companheiros estão ajudando. Na verdade estou no lugar certo, na hora certa e com a ajuda divina, tenho aproveitado. Sempre importante ressaltar a importância de todo o elenco que me ajuda o tempo todo.
Matonense, Atlético de Sorocaba e Oeste. Embora esteja perto do acesso, nada foi conquistado. O grupo está ciente disso, né?
Sem dúvida. Você pode ver que estamos trabalhando, focados, até porque temos três jogos importantes e com alto nível de dificuldade. Vamos em busca da vitória, ganhar as partidas e o acesso virá naturalmente. Digo para a torcida que vamos manter a regularidade, assim como estamos fazendo desde o início da competição.
Para encerrar, tem alguma explicação de o seu nome ser escrito assim, com esse "h" no meio? Mais comum encontrarmos Jonathan, mas Johnathan, como o seu, é a primeira vez que vejo.
[Gargalhada]. Ah, meu. Foi meu pai. Ele disse que tinha de ser assim, foi no cartório, registrou e gostei. Sou único, acredito que não tenha outra. Todo mundo tem dúvida com o tal "h", na base do Palmeiras, Corinthians, Portuguesa, até no período que passei pela seleção, sempre tinha um jornalista me cobrando ou pedindo explicações, mas foi coisa do meu pai mesmo, sou muito feliz por ter esse nome.
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