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domingo, 31 de outubro de 2010

Daniel Alemão: de torneiro mecânico a xodó da torcida da Winner/Limeira nesta temporada


No mês de julho, Daniel Machado de Barros Castellar vivia uma rotina diária de um trabalhador comum. Era torneiro mecânico. Três meses depois, o conhecido Daniel Alemão vive uma fase incrível como jogador de basquete profissional, vestindo a camisa da Winner/Limeira. “Se você tem um sonho, não desista dele, corra atrás e trabalhe muito que um dia você terá a recompensa”, comentou emocionado e ao mesmo tempo surpreso com o sucesso repentino.

Nascido em Limeira, Daniel iniciou no esporte com uma rápida passagem pela equipe juvenil da Winner/Limeira em 2001 – ano de fundação do time. Após alguns anos parado, o atleta voltou a jogar a convite do técnico Bosco, da cidade de Araras. Por lá Daniel ficou três anos e meio e dividia seu tempo entre os treinos e jogos de basquete com o trabalho de montador de freios em uma empresa multinacional.

O rendimento do atleta só crescia e após se destacar no Campeonato da Associação Regional de Basquete, Daniel recebeu um convite desafiador do técnico Emerson, de São José do Rio Pardo: largar o emprego e ser jogador em tempo integral. O convite foi aceito e por nove meses o pivô jogou naquela cidade.

Após dificuldades financeiras, a equipe encerrou suas atividades e Daniel passou a jogar por Artur Nogueira, com o técnico Marcelo Té. De fevereiro até junho desse ano, o atleta representou as cores da cidade vizinha à Limeira, quando parou de jogar e voltou ao trabalho comum.
Empregado pelo padrinho, Daniel exerceu a função de torneiro mecânico por um mês. “A vida de atleta é muito difícil, ainda mais quando se é casado e tem filha. Jogando por equipes menores sua condição financeira é sempre de risco. Devido a isso, parei de jogar e fui trabalhar na empresa do meu padrinho”.

Em julho, recebeu uma ligação que mudaria o rumo da sua vida mais uma vez. Daniel foi convidado por Demétrius para testes na nova equipe da Winner/Limeira. Tímido, o até então Daniel Castellar recebeu emocionado o uniforme de treino da Winner para realizar seus testes. Sua identificação mudou no primeiro passo dentro da quadra. Ele virou o Daniel Alemão e sua vida mudou após o primeiro dia de testes: Daniel foi contratado pela Winner.

Para muitos, uma bela história, mas para Daniel Alemão a realização de um sonho. “Jogar aqui é a realização de um sonho. Sou torcedor da Winner desde o começo do time. Durante anos fiquei nas arquibancadas gritando e torcendo e hoje jogo por essa equipe, que é da elite do basquete brasileiro”.

Jogando pela primeira vez a principal divisão do Campeonato Paulista, o pivô apresenta um bom volume de jogo. Em 15 partidas marcou 66 pontos, pegou 49 rebotes, deu 11 tocos, roubou 3 bolas, deu 7 assistências e acertou os 10 lances livres que arremessou.

Na última partida da equipe, contra Bauru, Daniel Alemão jogou 26 minutos, fez 11 pontos, pegou 6 rebotes e deu 4 tocos. Com bons números, raça e muita dedicação em quadra, Daniel atraiu os olhares da torcida limeirense. Diversas vezes o seu nome ou apelido é ouvido nas arquibancadas. “Quando você ouve a torcida gritando seu nome significa que você tem feito boas jogadas e que está agradando de maneira geral. A cada vez que ouço meu nome cantado pela nossa torcida fico muito feliz e me sinto motivado a melhorar cada vez mais”.

A satisfação não vem só das arquibancadas, Daniel Alemão tem recebido diversos elogios da comissão técnica do time. “Nós temos que tirar o chapéu para o Alemão. Com ele não tem bola perdida. Ele é brigador, lutador, está batalhando e ganhando o seu espaço dentro da equipe. E quem tem a ganhar com isso é a própria equipe, que tem uma pessoa com quem se pode contar o tempo inteiro”, disse o técnico Demétrius.

Quem mais se alegra com todo o reconhecimento é a família do atleta. A esposa, a filha de cinco anos, os pais, os irmãos e os padrinhos celebram os bons jogos de Daniel. “Nos dias seguintes aos jogos não tem outro assunto com meus familiares a não ser meu desempenho. É uma alegria coletiva”.


Para as próximas partidas da Winner o pivô prometeu manter a regularidade e a postura guerreira em quadra. “Sempre tive esse diferencial de superação, raça e vontade. Por ser meu primeiro ano jogando a divisão de elite, tenho que ter mais vontade do que os outros de treinar muito mais. Graças a Deus estou fazendo um bom trabalho e pretendo continuar assim”. (entrevista feita por Denis Fernando, assessor de imprensa da Winner)

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