A arbitragem brasileira está um lixo. Dói em mim afirmar isso, mas é a pura realidade. Até eu que sou árbitro estou decepcionado com a atuação de meus colegas de profissão. Se bem que faz tempo que eu não coloco um apito na boca. Não dá para ser narrador e árbitro ao mesmo tempo. Optei por ficar só na "latinha". De qualquer forma, a atuação do gaúcho Leandro Pedro Vuaden foi um desastre ontem à noite no Morumbi.
Confesso que sempre fui fã de carteirinha por sua forma de atuar. É um árbitro seguro, com bom preparo físico, conhecedor das regras, que não faz média com jogador, mas que adora "deixar o jogo correr". Quanto a isso, tudo bem, ele escolheu ser assim, mas ontem exagerou.
Ele deixou o "pau comer solto" no gramado e mostrou poucos cartões. Narrei o jogo pela Rádio Clube 850 AM de Rio Claro e acho que pelo menos três jogadores deveriam ter ido para o chuveiro mais cedo. Vuaden não errou em nenhum lance capital ou crucial, que definiu a vitória do São Paulo por 2 a 0, mas deixou a desejar na parte disciplinar. Nota 3 para ele.
Por exemplo, na troca de agressões entre o zagueiro André Dias e o meia Hugo, ambos deveriam receber o vermelho. Ele só mostrou o amarelo e essa atitude acabou prejudicando não só o Vitória - o técnico Vágner Mancini estava indignado - mas como também os times que estão na briga direta pelo título nacional e torciam por um tropeço do Tricolor. E o lance foi na metade do primeiro tempo. Imagine só o São Paulo com 9 em campo a partir daquele momento. Vuaden fez vistas grossas e preferiu não estragar a festa são-paulina.
Para completar suas lambanças, não expulsou Hugo, que impediu um contra-ataque cometendo uma falta por trás em Ramon. Já o volante Vanderson, quase quebrou a perna de Marlos no fim da partida e nem amarelo recebeu. Foi uma vergonha.
Quanto as minhas previsões para os jogos de ontem, todas certas. Disse na postagem anterior que acreditava em uma vitória do São Paulo por 2 a 0 ou 2 a 1 e que o Atlético/MG não venceria no Couto Pereira. Diga-se de passagem, o Galo Mineiro consegue ser mais "pipoqueiro" e "amarelão" do que o próprio Palmeiras. Esse é o chamado "efeito Celso Roth". Foi assim no Grêmio. Ele liderou o campeonato inteiro e no fim deu Tricolor. Nunca gostei desse treinador.
Achei que Hugo fez uma boa partida ontem, mas se Dagoberto estivesse em campo o placar teria sido elástico, bem mais fácil. Nunca vi o Washington perder tantos gols na sua vida como ontem. Lances fáceis, em que só precisava empurrar para as redes e ele batia para fora. Ainda bem que o time não precisou de seus gols. E olha que ele jogou o jogo todo, já que Borges - o seu substituto imediato - estava suspenso.
Achei também que o grande culpado pela derrota do Vitória foi o seu treinador. Mancini se equivocou e colocou em campo um time muito lento, com Ramon, Carlos Alberto, Jackson e Leandrão. O goleiro Rogério Ceni não pegou na bola. O time baiano só melhor na metade do segundo tempo para frente, quando ele colocou os rápidos Neto Berolla, Leandro Domingues e William. Mexeu tarde o ex-meia da Inter de Limeira.
Bom, com mais esses três pontos o São Paulo tem um domingo de felicidade, com a liderança absoluta. Tem até uma vitória a mais do que o rival Palmeiras, que só volta a jogar na quarta-feira contra o Grêmio, no Olímpico. O time gaúcho que ainda não perdeu em seu estádio, ontem arrancou um empate heróico no Mineirão. Perdendo por 1 a 0 e com 9 jogadores em campo, Herrera, aquele mesmo que teve uma passagem brilhante pelo Corinthians, deixou tudo igual aos 49 minutos do segundo tempo. Pior para o próprio Verdão, pois esse gol motivou os gaúchos para o jogo de meio de semana.
Quanto ao Flamengo, repito o que escrevi ontem. O Mengão não conseguirá vencer o Náutico, hoje nos Aflitos. Tô apostando no empate por 1 a 1. Se isso se confirmar, será um fim de semana dos sonhos para o torcedor do São Paulo. Boa tetra.